terça-feira, 31 de julho de 2012

Os 5 primeiros passos da formiguinha consciente


As duas perguntas que mais tenho respondido em entrevistas para matérias de jornais e revistas são:
  • Quais são as atitudes sustentáveis imprescindíveis que as pessoas devem adotar urgentemente?
  • Como cada um de nós pode fazer a sua parte?
Convicta que estou, respondo sempre começando com:

Antes de mais nada, é fundamental sentir-se parte de um todo (e não dono de tudo) e entender que temos responsabilidades para com nossas ações, porque todas elas têm efeitos e consequências no meio ambiente. É preciso ter consciência da necessidade de mudança de atitude para então comprometer-se com ela, porque sem um sério comprometimento, logo a falta de hábito, algumas dificuldades e um pouco de preguiça põem a perder toda a disposição de mudar.

Depois, faço uma listinha básica de atitudes urgentes que devem ser adotadas por cada formiguinha do planeta:

  • CONSUMO CONSCIENTE. O valor em dinheiro não pode ser mais o único critério de desempate na escolha de bens de consumo. É preciso avaliar também, no momento da compra, critérios de produção, escolha de matéria-prima, eficiência e aproveitamento do material da embalagem, reciclabilidade e a real necessidade do produto
  • RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS DE ALIMENTO. Mais da metade do lixo produzido no Brasil é composto por matéria orgânica, e grande parte dela é de restos de alimento. Estima-se que residências e restaurantes joguem fora cerca de 40% de toda a comida que adquirem. É importante fazer compras menores, mais planejadas e aproveitar melhor os produtos
  • USO RACIONAL DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA. Pensar na melhor maneira de usar a água cada vez que se abre a torneira, apagar luzes e desligar equipamentos que não estão sendo utilizados são os primeiros passos para a economia desses recursos. Substituir lâmpadas incandescentes e aparelhos de alto consumo de energia elétrica também são ações importantes
  • SEPARAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. Empenho na separação do que pode ser reciclado deve virar um hábito. É cada vez maior o número de usinas de reciclagem de papel, vidro, metal e plástico, esses materiais têm grande valor no mercado e a população deve fazer a sua parte encaminhando corretamente embalagens e produtos usados, além de cobrar dos municípios a coleta seletiva de lixo
  • MUDANÇA DE HÁBITOS DE TRANSPORTE. Abrir mão do automóvel e usar o transporte público pelo menos alguns dias da semana pode ajudar bastante a redução do uso de combustíveis fósseis e consequentemente as emissões de gás carbônico nas cidades. É comum que a população que se locomove diariamente de carro tenha resistências com relação a essa mudança por questões de praticidade e conforto, mas em alguns casos é bastante frequente que, depois de experimentá-la, descubra-se que o transporte público não é tão ruim e incômodo quanto se pensava

Para quem não está acostumado com nenhuma das atitudes sugeridas acima esse pode parecer um pacotão difícil de carregar, mas uma coisa é certa: uma vez que as mudanças de hábitos se tornem atitudes normais e estejam completamente inseridas no dia a dia, é um caminho sem volta.
Ou você tem algum conhecido ex-consciente e ex-comprometido?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Inverno é época de pragas nas plantas

Dois tipos de insetos (ou machos e fêmeas?) em folha de Imbê

Inverno é época de pragas nas plantas e não tem jeito, sempre da um pouco de trabalho. Às vezes os bichos são incríveis, bonitos mesmo, mas se não removê-los você vai ter suas plantas danificadas e, em algunas casos, pode até perdê-las. Por isso, quanto antes você interromper o ataque, melhor.

Insetos em folha de alface

Árvores, plantas ornamentais e também as comestíveis estão sujeitas a ataques de pragas durante todo o ano, mas o inverno é a época de maior incidência de infestações porque é quando os vegetais entram em um período de repouso - também chamado de dormência - que os deixa mais suscetíveis. Situações de baixa oferta de água, pouca luz ou falta de nutrientes na terra também fazem com que as folhas fiquem mais moles e frágeis e ofereçam menor resistência às pragas.

Perceber que algo estranho está acontecendo não é difícil; basta uma inspeção atenta e você logo encontra pequenos bichinhos - estáticos ou que se locomovem - e manchas de cores variadas que antes não existiam. Teias, pintinhas pretas ou brancas e substâncias estranhas nas folhas também são sinais de praga. E atenção: na maior parte das vezes o lado superior da folha ainda parece bem mas o "verso" pode já estar completamente infestado, por isso sempre inspecione as folhas dos dois lados.

Insetos na face inferior da folha de Imbê

Mas depois de identificar o problema, vem a questão: como resolver?
É fácil encontrar no mercado diversos venenos e inseticidas que dão conta de praticamente todos os tipos de praga num piscar de olhos, mas... e quanto à toxidade? Certamente em grande parte deles você encontrará o desenho de um caveira - símbolo incontestável de perigo - e também as recomendações de usar luvas ao aplicar o produto e manter crianças e animais domésticos afastados. Alguns deles ainda advertem que não podem ser aplicados em plantas comestíveis.
Depois de tantos alertas, sobra coragem para usar um produto desses?

Que tal então abraçar a causa orgânica e passar a consumir apenas inseticidas e repelentes que não agridam a saúde da sua casa, da sua família e das suas plantas?

Conheça as principais pragas de inverno, seus estragos e soluções para combatê-las:
  • Ácaros: não podem ser vistos a olho nu mas normalmente atacam a parte inferior das folhas deixando-as com cor de ferrugem. Se apenas algumas folhas estiverem comprometidas, corte-as fora. Se toda a planta estiver atacada, combata com pulverizações de calda bordaleza a cada 15 dias 
  • Fungos: se alastram na superfície das folhas interferindo em sua coloração e causando pintinhas brancas. Costumam atacar quando a planta está em locais de menos luz do que precisa para se manter saudável. Remova as folhas danificadas e mude a planta para um local mais iluminado. Em casos extremos, calda bordaleza a cada 15 dias também pode ajudar.
Folha de manjericão com fungos
  • Pulgões: podem ser de cor branca, cinza ou preta. Fixam-se em caules e folhas novas para sugar a seiva da planta. A natureza oferece, como inimigo natural do pulgão, as joaninhas. Vorazes devoradoras desse tipo de praga, elas chegam a comer centenas deles por dia. Por isso, se você usar um veneno, matará, além dos pulgões, essas charmosas bolotinhas vermelhas. Opte então por combater a praga com um jato forte de água, que pode ser de borrifador ou de mangueira de jardim. Assim eles se soltam das folhas e você preserva as joaninhas. Só em último caso, de plantas muito ameaçadas, pulverize com óleo de neem. Além das joaninhas, outro inseto que aparece nas plantas junto com os pulgões são as formigas, que se alimentam do líquido doce excretado por eles. Mas não se preocupe: acabando com os pulgões, automaticamente as formigas vão embora.
Pulgões pretos em botões de flor de acerola
  • Pulgões cerosos: recebem este nome porque excretam uma substância fofa e cerosa de cor branca acinzentada. São frequentes no cactos. Para acabar com eles (que são mais grudentos que os outros pulgões e não saem com jatos de água), pulverize toda a planta com óleo de neem.
  • Grilos: na maior parte das vezes os grilos comem as folhas das plantas pelo centro, abrindo furos. É fácil identificar. O controle deve ser feito por catação manual ou com óleo de neem, que age como repelente.
Folha de Peixinho atacada por grilos
  • Lagartas: diferente dos grilos, as lagartas comem as folhas pelas beiradas, deixando nítidas marcas de mordida. A forma mais orgânica e natural de acabar com elas é a catação manual. Como algumas podem queimar, use luvas para tirá-las das folhas, uma a uma. Outra opção é borrifar toda a planta com uma solução aquosa feita à base de Bacillus thuringiensis, uma bactéria que entra no organismo das lagartas e causa sua morte. Vêm em forma de um pó fino vendido em envelopes nas lojas de jardinagem e paisagismo. Mas independente do método de combate escolhido, seja rápido, porque numa grande infestação as lagartas podem acabar com sua planta da noite para o dia.
Folha de Tumbergia comida por lagarta
  • Mosca minadora: dos ovos de uma mosca nascem lagartas que andam pelas folhas cavando túneis para comer a polpa e a seiva da planta. É muito comum no manjericão. A mancha causada pela mosca minadora é muito característica e frequentemente tem forma de flor. Remova as folhas atacadas e pulverize óleo de neem em toda a planta, por cima e por baixo das folhas, uma vez por semana por quatro semanas consecutivas.
Mosca minadora no manjericão
  • Cochonilhas verdes, farinosas, de carapaça e outras: sugam a seiva das plantas afetando seu crescimento e, muitas vezes, retorcendo suas folhas. Para remover as cochoninhas, esfregue delicadamente na superfície das folhas um pano umedecido com óleo de neem. Se estiverem muito grudadas, como as de carapaça, utilize a ponta de um palito. Depois, pulverize toda a planta com óleo de neem para previnir a reinfestação.
Cochonilhas farinosas em folha de Alocasia
Cochonilhas de carapaça em folha de Ráfia

O óleo de neem é um inseticida natural resultado da prensagem das sementes da Azadirachta indica, uma árvore originária da India, e pode ser usado com segurança em plantas ornamentais e comestíveis por ser inofensivo à saúde de adultos, crianças e animais domésticos. Seu uso é uma das formas de combate a pragas permitida em todo o mundo pela cartilha de cultivo orgânico, e por essa razão deve ser sempre a primeira opção na tentativa de eliminar insetos das plantas domésticas.

O óleo de neem diluído em água (segundo as instruções da embalagem) também pode ser usado como forma de prevenção a pragas e para dar brilho nas folhas das plantas ornamentais.

Folha de Alocasia sanderiana tratada com óleo de neem

De qualquer maneira, para prevenir pragas e doenças nada é mais garantido do que manter suas plantas sempre saudáveis, com regas e adubações corretas e em local de luz adequada. Afinal, no fundo todos os organismos vivos funcionam da mesma maneira: os fortes e sadios sempre são mais resistentes.

sábado, 21 de julho de 2012

Os 50 +: conhecimento e consciência


Segunda indicação consecutiva de livro obrigatório para sua biblioteca verde, e eu posso justificar: para começar, o conhecimento transmitido pelos livros pode ser a salvação da lavoura (metafórica e também literalmente). E depois, a leitura é parte importantíssima do dever de casa de todos nós, então, que ela seja de qualidade.

O dilema é: qual dos dois ler primeiro? Comprei Primavera silenciosa e Os 50 + importantes livros em sustentabilidade no mesmo dia e agora não consigo me decidir, mesmo depois de ter lido as duas introduções. Gostaria então de dividir minha dúvida e, quem sabe, contagiar você também com a curiosidade pela leitura desses dois grandes livros. No post anterior já dei pinceladas sobre Primavera silenciosa, então pincelo a seguir "Os 50 +".

O Instituto Jatobás e a Editora Peirópolis prestaram aos leitores de língua portuguesa o grande serviço de publicar no Brasil a tradução de The top 50 sustainability books, livro editado originalmente em inglês pela University of Cambridge. Como já diz o título, a publicação reúne 50 livros com algumas das melhores análises dos desafios globais, sociais, ambientais e éticos da atualidade, escolhidos após uma enquete realizada com mais de 3 mil líderes e ex-alunos do Programa de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge.

Cada um dos 50 + tem, resumidas em algumas páginas, suas ideias-chave, a sinopse, os tópicos mais importantes e um breve currículo do autor, o que é uma mão na roda para quem quer estudar, busca fontes confiáveis de informação e não sabe bem por onde começar. Estão entre as indicações alguns livros já conhecidíssimos no Brasil, como:

- o obrigatório Primavera silenciosa, de Rachel Carson
- O ambientalista cético, de Bjorn Lomborg
- O banqueiro dos pobres, de Muhammad Yunus
- Uma verdade inconveniente, de Al Gore
- Virando a própria mesa, do brasileiro Ricardo Semler

e outros que ainda nem tem edição em português, como:

- A fate worse than debt, de Susan George
- Staying alive, de Vandana Shiva
- When the rivers run dry, de Fred Pearce
- The river runs black, de Elizabeth C. Economy

Evidentemente a intenção do livro não é que, lendo os resumos, você ache que já entendeu a história toda, mas sim que tenha sua curiosidade e desejo de conhecimento aguçados pelos títulos e ideias principais de cada obra. Assim, de posse de informações importantes, você poderá escollher sua leitura e aprender como fazer melhor ainda a sua parte.

Porque como diz Betty Feffer - presidente do Instituto Jatobás - na apresentação do livro, "o maior desafio que a humanidade enfrenta, nesta fase de transição da evolução, é o desafio interno do homem: podemos nos tornar mais conscientes?".

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Estreando com um clássico


O De Verde Casa está de visual novo, e nada melhor que estrear com Rachel Carson, para dar sorte. A pesquisadora americana é uma espécie de mãe para os ambientalistas de todo o mundo. Seu livro Primavera silenciosa, lançado em 1962, deu início a uma verdadeira revolução em defesa do meio ambiente que resultou na proibição do DDT, inseticida cancerígeno, e instigou mudanças históricas nas leis que dizem respeito aos recursos naturais.

A preocupação apaixonada de Carson com o futuro do planeta reverberou poderosamente por todo o mundo, e seu livro foi determinante para o lançamento do movimento ambientalista. É leitura obrigatória para todos os que querem entender melhor como era o mundo antes da humanidade conhecer suas responsabilidades ambientais e quais foram os efeitos dos erros cometidos pela falta de consciência ecológica dos governos. Cheio de histórias e embasamento científico, o texto conta os erros e acertos ao longo dos tempos e, apesar dos 50 anos de idade, é absolutamente atual. Raramente um único livro altera o curso da história, mas, sem nenhum exagero, Primavera silenciosa fez exatamente isso.

É mais um daqueles títulos que fura a fila de leituras da mesa de cabeceira, e com toda razão.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Reconheça firmas e descarte baterias


Para quem pensa que o interior anda a passos mais lentos do que as grandes capitais, a notícia é que em Holambra, uma pequena cidade de 11 mil habitantes próxima a Campinas, já são muitas as iniciativas de mudanças de hábitos e atitudes sustentáveis.

O cartório da cidade - que aliás já ganhou prêmio pela qualidade do atendimento - supostamente não tem a função de coletar materiais descartados, mas tomou a iniciativa de oferecer aos seus clientes a oportunidade de entregar baterias usadas e celulares aposentados para que sejam encaminhados ao destino correto.

Com este tipo de iniciativa do comércio fica cada vez mais fácil organizar o descarte de lixo da população, que tem à disposição diversas opções de pontos de entrega de seus rejeitos. Sem falar que a simples presença de um coletor de baterias também faz sua parte educativa.

Se você é proprietário ou empregado de um comércio com grande circulação de clientes ou frequenta um lugar assim, que tal sugerir a adoção de iniciativas como essa? Facilitar a logística do descarte de lixo e material reciclável também é uma maneira de fazer a sua parte.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A vez do Salar de Uyuni

Foto: Paulo Zero

Os automóveis são responsáveis por 18% das emissões de gás carbônico em todo o planeta, e levando em consideração a paixão que o ser humano tem por veículos e novidades automotivas, é mais fácil acreditar que serão desenvolvidas novas tecnologias para a produção de automóveis "limpos" do que achar, ingenuamente, que a maioria de nós passará a se locomover a pé ou de bicicleta nas próximas décadas.

É certo que os automóveis movidos a álcool poluem menos do que os a gasolina e muito menos do que os a diesel, mas a indústria automobilística tem apostado mesmo é no carro elétrico como saída para reduzir emissões de gases poluentes em todo o planeta, então...

Chegamos ao Salar de Uyuni, a maior planície salgada do mundo. Esse deserto de sal fica na Bolívia, a 3.600 metros de altitude, e é o fundo de um imenso lago salgado que secou a cerca de 40.000 anos. De tão liso e branquinho, o salar é usado pela Nasa para calibrar seus satélites de medição de altitude. A área, de aproximadamente 12.000 km² de extensão, tem profundidade de sal estimada em 120 metros e abriga metade de todo o lítio disponível no planeta.

Lítio é o metal mais leve que existe, e por causa de seu elevado potencial eletroquímico é a principal matéria-prima para a fabricação de baterias leves. O peso de uma bateria de lítio é um décimo do peso da bateria convencional, e isso torna possível a fabricação de notebooks leves, telefones realmente portáteis e carros elétricos, o que quer dizer que quanto mais a produção de equipamentos e veículos elétricos crescer, mais lítio será extraído do Salar de Uyuni e de outras reservas pelo mundo. Certamente essa atividade extrativista levará dinheiro e desenvolvimento à Bolívia e às outras regiões que abrigam o metal, o que é bom, mas encontrar intacta a paisagem acima será cada vez mais improvável. Reduziremos o consumo de combustíveis fósseis e consequentemente a poluição atmosférica, mas avançaremos no Salar de Uyuni.

A conclusão, depois de ler Diário do clima, da jornalista Sônia Bridi, é de que estamos sim causando alterações irremediáveis no clima e na paisagem do planeta, e por mais que façamos esforços para reduzir o impacto da atividade humana, estaremos sempre estragando um lugar, um recurso ou uma paisagem em benefício de outra.

PS: a foto e alguns dados deste post foram retirados do livro Diário do clima.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Marianinha - Streptosolen jamesonii


Estamos em plena época de floração da Marianinha (Streptosolen jamesonii). É agora, entre o outono e o inverno, que a planta abre seus inúmeros buquês de flores em tons que variam do amarelo ao laranja escuro, e o efeito ornamental é incrível. A florada acontece sempre em profusão e chama a atenção de longe.

A Marianinha é um arbusto de até 1,50 m de altura, perfeito para enfeitar muros e cercas. Não se prende sozinho, como uma trepadeira, mas seus ramos são maleáveis e aceitam muito bem a condução pelas hastes de uma grade, por exemplo.
Deve ser plantada em terra bem adubada com esterco ou húmus de minhoca, em áreas de pleno sol, e irrigada em intervalos de três a quatro dias, principalmente depois do plantio e em épocas de muito calor. Depois de bem adaptada no local definitivo, apresenta boa tolerância a períodos de seca e volta a ter muito vigor quando recomeçam as chuvas (ou regas). Também se desenvolve bem plantada em vasos.

E como se não bastasse o incrível efeito ornamental, a Marianinha também atrai beija-flores


e insetos polinizadores aos montes.

 

É o tipo de planta apaixonante; quem tem adora e está sempre encantado com a biodiversidade ao seu redor.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Falta atenção, respeito ou bom senso?

Ficar ligado ao que acontece à nossa volta também é parte do processo de desenvolvimento de uma bela e verde consciência crítica. Pensar na melhor maneira de fazer as coisas e na real necessidade de produtos e embalagens é matéria das faculdades de desenho industrial e engenharia de produção, entre outras, mas também deve fazer parte do dia a dia de cada um de nós em todos os momentos da vida.

Não sei bem quando começou a moda, mas de uns tempos para cá a preocupação em manter canudos e guardanapos de lanchonete livres de qualquer contato antes que cheguem ao consumidor final tem ultrapassado as fronteiras do bom senso. Quantas dores de barriga terão sido evitadas (ou mesmo vidas terão sido salvas) depois que se começou a embalar canudos individualmente e guardanapos de dois em dois? Essas embalagens são mesmo necessárias ou estamos lanchando no terreno do desperdício?


Alguns supermercados também mostram que ainda não acordaram para a realidade de que cada um tem sua parte a fazer, e é no setor de hortifruti onde identifica-se as redes que continuam achando que a responsabilidade é dos outros. Ervilhas que o digam.

Muito se fala em evitar o desperdício e o uso irresponsável de matérias-primas, mas as balanças de frutas e legumes são as maiores testemunhas de lojas e consumidores que ainda hoje embalam um mamão papaia, dois limões ou um cacho de bananas em sacos plásticos de 3 litros.
Por quanto tempo ainda será necessário repetir?

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Chá quente, chá morno, chá frio... muito chá, sempre!


Os dias têm começado acelerados, a lista de coisas a fazer só cresce e, se bobear, até um lindo sítio sombreado por enormes árvores cinquentenárias pode virar fonte de stress e enlouquecer criaturas atarefadas, então... vamos com calma.
Hoje começamos o dia regados a chá de ervas, tentando segurar o ritmo e conter as ansiedades antes que elas se instalem.
Da cozinha vieram pauzinhos de canela e uma rodela de limão, e da horta em vasos foram colhidas, aleatoriamente, alguns punhados de folhas. Nada de receitas, o critério foi oferta e belezura - as espécies mais viçosas pediram para participar e ganharam a preferência; colhemos melissa, hortelã e manjericão.

Como ensina dona Rosy Bornhausen em seu simpático livro As ervas do sítio, os chás de ervas devem ser feitos em infusão, que nada mais é do que esquentar água até que bolinhas começem a se formar e desligar o fogo antes da fervura. Só então deve-se acrescentar as ervas e em seguida abafar por alguns minutos, para que as propriedadas terapêuticas das folhas se incorporem à água.
Dona Rosy ensina também que é sempre melhor usar recipiente de vidro ou porcelana para esquentar a água, que deve ser mineral ou pelo menos filtrada, para diminuir um pouco a ingestão de produtos químicos.

Enquanto a infusão fazia suas mágicas, descobri, consultando o indispensável Plantas medicinais no Brasil, de Harri Lorenzi e F. J. Abreu Matos, que estávamos em boas mãos: melissa é a erva perfeita para quem está precisando dar uma sossegada. Tem propriedades calmantes e combate a insônia, além de ser poderosa contra gripe, bronquite crônica, cefaléias e enxaqueca.
Hortelã e manjericão, por sua vez, são estimulantes digestivos e antiespasmódicos, por isso são recomendados para problemas estomacais, intestinais e hepáticos.
A canela e o limão entraram para participar nos quesitos sabor e aroma, mas também têm suas propriedades medicinais.

No início do dia o chá foi tomado quentinho, e o que sobrar, frio, vai virar refresco para a hora do almoço. Quando esfriam, os chás perdem um pouco do sabor, por isso podem ser preparados com um terço a mais dos ingredientes quando forem consumidos gelados.

A referência básica de quantidades é de 1 colher de sopa de ervas secas ou 2 colheres de ervas frescas picadinhas para cada xícara de água bem quente, mas depois de alguns preparos você vai aprender a medir na palma da mão a quantidade de folhas que deve colher e nem precisará mais picá-las para medir.

E uma boa dica para aproveitar sobras de chás de ervas é congelá-las em forminhas de gelo, para esfriar chás muito quentes sem diluir o sabor da bebida ou mesmo para usar em sucos de frutas. Imagine o suco de abacaxi com gelo de chá de hortelã, uma limonada com gelo de capim-limão ou melissa, refresco de melancia com chá de menta...