quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O plástico ecológico

Pra não ficar parecendo que eu acho que deviam desinventar o plástico, aí vai um dos casos em que ele é totalmente “do bem”:

“Os elefantes africanos, muito ameaçados até hoje pelo comércio de marfim, sofreram muito com a popularização do piano no século XIX. Os teclados desses pianos eram invariavelmente feitos de marfim, e sua produção, que girava em torno de 9.000 pianos em 1852, saltou para 350.000 em 1910. Para termos uma idéia do que isso significa no que diz respeito a marfim e elefantes, basta dizer que, em 1913, só os Estados Unidos gastaram 200 toneladas de marfim em teclados de piano, o que significou a morte de cerca de 8.400 elefantes. Vale mencionar que o marfim não fazia nenhuma diferença na qualidade do som do piano: para azar dos elefantes, era apenas o “plástico” da época, utilizado para diversos outros fins, o que causou a morte de centenas de milhares desses animais.” *
Atualmente a grande maioria dos teclados de pianos fabricados em todo o mundo é feita de plástico, e os elefantes já respiram um pouco mais aliviados...

*retirado do livro Meio Ambiente – E eu com isso?, de Nurit Bensusan, página 108.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Para aprender a plantar árvores

A UMAPAZ oferece o curso Sementes, Mudas, Árvores e Florestas com o objetivo de capacitar agentes interessados em participar da rede de coleta e beneficiamento de sementes para dispersão planejada no meio ambiente urbano, garantindo que as belezas de nossas florestas sejam mantidas para as atuais e futuras gerações.
As aulas serão ministradas pela bióloga Yone Kiyoko Fukushima Hein, nos dias 04, 11, 18, e 25 de março de 2010, às quintas-feiras, das 14h às 17h. O curso é aberto a todos os interessados e prevê aulas teóricas e atividades práticas realizadas no Viveiro do Parque Ibirapuera. A participação é gratuita.
Mais informações pelo telefone (11) 5572-1004 e pelo e-mail inscricoesumapaz@prefeitura.sp.gov.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Palestra sobre Restauração Florestal

Restauração Florestal é tema de palestra nesta quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010, na SOS Mata Atlântica.
A Fundação mantém em sua programação regular palestras gratuitas sobre meio ambiente em sua sede, em São Paulo. Nesta quinta-feira às 20h o coordenador de restauração florestal do Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Grupo Schincariol, Rafael Bitante, falará sobre os desafios do trabalho nesta área. Os encontros acontecem à Rua Manoel da Nóbrega, 456, Paraíso, São Paulo. Para participar não é necessário se inscrever antecipadamente, basta comparecer no local. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3055-7888 ou pelo email agenda@sosma.org.br.

A Ferro e Fogo

“Um dos primeiros atos dos portugueses que chegaram ao Brasil em 1500 foi abater uma árvore para montar a cruz da primeira missa. Nesse gesto premonitório fez-se a primeira vítima da ocupação européia da Mata Atlântica, que cobria boa parte do território brasileiro. Nos cinco séculos que se seguiram, cada novo ciclo econômico de desenvolvimento do país significou mais um passo na destruição de uma floresta de um milhão de quilômetros quadrados, hoje reduzida a vestígios.”
Acabo de começar a ler A Ferro e Fogo, de Warren Dean, livro que conta a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Além de me ter sido recomendado por amigo que entende do riscado, já me pegou logo antes do sumário, onde cita um velho provérbio brasileiro que resume toda a ópera: quem vier depois que se arranje.
Conhece frase que expresse melhor a preocupação do homem com a natureza?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Números e mais números*

Estima-se que são usados todos os anos um milhão e meio de barris de petróleo para produzir as 70 milhões de garrafas plásticas que embalam a água potável consumida todos os dias somente nos EUA. O pior é que 86% dessas garrafas não são recicladas e vão para aterros sanitários esperar passarem os anos. E o pior do pior é que 40% de toda a água vendida em garrafas no país é água “de torneira” que foi filtrada e então engarrafada.
É mole?

* os dados são do site www.earthpolicy.org

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Não adianta espremer

O dicionário Houaiss dá como definição para várzea grande extensão de terra plana, terreno baixo e mais ou menos plano, à margem de um rio ou ribeirão. É para onde o rio transborda quando seu leito não dá conta do grande volume de água que recebe. Na natureza esse é um evento absolutamente comum em épocas de muita chuva.
Tietê, em Tupi, significa caudal volumoso. Até o início do século XX o rio Tietê tinha cerca de 40 grandes corredeiras, cachoeiras e saltos - era um rio lótico (de águas movimentadas). Hoje, depois de ser represado em muitos trechos de seus 1.100 km de extensão, seu regime hídrico é classificado como lêntico (de águas paradas). Apesar do grande volume de água o rio teve sua velocidade “freada”.
Sofreu também retificação de suas curvas - era como uma serpente em movimento, sinuoso, e hoje é uma linha reta - e assoreamento (redução de profundidade), ambos fatores que diminuiram o espaço disponível para suas águas, além de impermeabilização do entorno e da várzea com quilômetros de asfalto e instalação de milhares de estabelecimentos comerciais.
Você, uma pessoa de bom senso, por favor responda: como é que isso pode dar certo?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Plantando no lixo

Numa estufa produtora de mudas em grande escala as sementes de árvores geralmente são colocadas para germinar em tubetes, que são como grandes tubos de ensaio feitos de plástico mais ou menos do tamanho de uma cenoura. É prático porque cada semente germina em um tantinho de terra suficiente pra crescer até os 15, 20 cm de altura e depois a mudinha é transplantada para um saquinho de 2 litros ou mais, onde vai continuar seu desenvolvimento. Aqui em casa todas as sementes que plantei até hoje germinaram em vasinhos de violeta, potinhos de iogurte, copos de refrigerante... só que esse tipo de embalagem tem menos profundidade do que o ideal pra uma muda de árvore começar a se desenvolver e mais largura do que o necessário, que ocupa também mais espaço do que precisava.
Eis que semana passada a solução pra esse problema atravessou na minha frente. Estava caminhando dentro do pátio de um colégio e sentei num banco ao lado de uma lixeira. O recreio tinha acabado há poucos minutos e, olhando pra dentro do lixo, pensei “putz, quantas caixinhas de suco a criançada joga fora todo dia...”. Pronto, resolvido. Ontem voltei lá com uma sacolinha e, sem cerimônia, fui catando das lixeiras todas as caixinhas que encontrei. São dessas pequenas, dose individual, de suco de frutas, bebida de soja, leite achocolatado...
É a embalagem mais parecida com um tubete que encontrei até hoje. Pra tranformá-la numa sementeira abra as abas de baixo e com uma tesoura corte-as fora na dobra para fazer as saídas do excesso de água. Abra também as abas de cima e corte toda a parte do fechamento superior o mais alto possível, pra que a sementeira tenha bastante profundidade. Fica como um copinho com dois cortes nas laterais do fundo. Daí é só lavar, encher de terra boa e colocar uma semente em cada caixinha.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estufa

Com todo o calor que tem feito, menos de 5 dias depois de semear minhas árvores começaram a brotar.
.
Enterolobium gummiferum - Timburi do Cerrado

Bombacopsis glabra - Castanha do Maranhão

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Quintal de antigamente

Dia desses, andando pelo bairro, não resisti a tocar a campainha dessas uvas. Quem, hoje em dia em São Paulo, tem uma parreira no quintal?
Fui atendida com muita simpatia pela dona da casa, que já acostumada com a curiosidade gerada pela planta me contou que a parreira mãe desta tinha cerca de 70 anos e estava plantada no jardim da avó do marido dela. A casa da avó foi vendida, algumas mudas foram distribuídas entre os conhecidos e essa vingou.
No final de um tricô básico entre vizinhas uma senhora veio de dentro da casa me perguntar:
- você veio pegar umas folhas?
- não, não, vim pedir pra fazer uma foto, achei linda a parreira.
- ah, bom, porque sempre toca gente aqui querendo folhas pra fazer charutinho de arroz.
Sorte minha que mãe e filha são muito simpáticas e pacientes, porque pelo jeito ter uma parreira no quintal da frente atrai gente querendo de tudo...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Menos uma

Que tal trocar o detergente líquido da sua cozinha por uma barra de sabão de coco? É uma maneira fácil fácil de jogar uma embalagem a menos no lixo. Mesmo que você recicle o plástico que usa, não custa usar menos. Sabão de coco limpa que é uma beleza, agride pouco a pele das mãos e é um dos sabões menos tóxicos para o meio ambiente. Você pode usar até pra dar banho no seu cachorro. Pode confiar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Floresta

Visita boa, dessas que dá gosto receber, é a que chega na casa da gente com um presente bonito desse:


Jatobá, Jequitibá, Peroba Rosa, Cumaru, Guapuruvu... Essas são algumas das árvores que plantei hoje pelas sementes que ganhei do Flores, meu amigo plantador de florestas.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Chega de falar, é hora de fazer

Muitas vezes o ano muda e não traz uma novidadezinha. Outras vezes muda tudo. Desta vez o ano mal começou e já está cheio de coisas novas. Uma delas aconteceu no sábado. Através da dica de um amigo novo fui parar no Tendal da Lapa, na reunião de um grupo de gente legal e animada pra colocar a mão na massa. A história é assim: o jornalista Denis Russo Burgierman (Editora Abril, Webcitizen, entre outras) concebeu e edita uma nova revista, a Gotas, que tem como pauta para a edição número 2 a idéia “chega de falar, é hora de fazer”. Para gerar material para a edição Denis marcou um encontro com a subprefeita da Lapa Soninha Francine e, como ele mesmo conta no blog do número dois da revista, perguntou para ela: “se eu chegar aqui com um bando de gente disposta a deixar um impacto positivo no bairro, você deixa?”. E ela adorou. Depois de mais de um mês juntando gente animada em participar o encontro foi marcado para este sábado que passou, 30 de janeiro. Cerca de 40 pessoas se juntaram num grande círculo dispostas a trocar idéias e descobrir de que maneira pode-se fazer alguma coisa bacana pela cidade e que lugar receberá este impacto. Foram quase 7 horas de reunião e um pequeno passeio pelo bairro, sugerido pela Soninha, para conhecer um lugar que há tempos precisa de revitalização: duas praças interligadas por um beco que esconde um córrego em seu subsolo. Divididos em pequenos grupos formados por interesses em comum (mobiliário urbano, iniciativas verdes, história/identidade, arte/cultura) andamos pelo beco imaginando ações: tirar o calçamento que cobre o córrego e deixá-lo exposto com um grande jardim no entorno; instalar mesas de jogos e leitura ao longo das paredes; plantar árvores pelo beco e nas praças; confeccionar placas escritas por crianças pedindo aos que passam pelo local mais respeito no trânsito... Ao final da reunião via-se nos olhos de cada um muita vontade ao lado de um enorme ponto de interrogação. Como fazer tudo isso? Dá tempo? Há dinheiro? A população vai abraçar as idéias? Uma nova reunião ficou marcada no próximo sábado para começar a dar andamento ao projeto. Tudo tem que estar pronto até o final de fevereiro para que possa ser documentado e publicado na próxima edição da Gotas.
Quem viver verá.