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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Carnaval no jardim

Flores, Arthur (que nem veio pra almoçar mas não resistiu, Marcos e Neide)

No domingo, repetindo pela terceira vez o que eu já chamo de tradição desde a segunda, nos encontramos Neide, Marcos, Flores e eu para ao menos um dia juntos durante o carnaval. Nos anos anteriores fomos ao sítio deles carregados de plantas para enriquecer a diversidade por lá - plantas são o nosso assunto. Desta vez eles vieram a Holambra, no nosso sítio, carregados de comidinhas, folhas e flores secas para chá, frutinhas para sobremesa, maracujá para semear… comidas são o assunto deles.

Não houve muito planejamento, mas eu e Neide trocamos por celular algumas mensagens sobre fazer macarrão caseiro colorido. Minha irmã Mari, a Mariana Valentini da Brodo Rosticceria, fez lindas gravatinhas coloridas para o carnaval que eu só vi pelo Instagram mas que me inspiraram bastante. Comer é uma delícia, e comer comida bonita é melhor ainda. Em boa companhia então…

Pois ficou combinado que almoçaríamos massa. A Neide, sempre muito prática e animada, ofereceu de trazer a máquina e flores azuis de Clitoria ternatea para testarmos a cor na comida. Eu botei na roda a primeira moranga colhida este ano no jardim e beterrabas, assim teríamos três cores no prato.


Só que das caixas vindas da cozinha do blog Come-se saíram muito mais do que ingredientes para chás e macarronada. Veio uma tigelona de coxas de frango para os que comem carne, uma boa fatia de melancia, um punhado de siriguelas, maracujás de duas espécies para sucos e mudas, uma metade de limão siciliano que só hoje encontrei esquecida na geladeira… É interessante como para quem trabalha com comida é tudo muito simples. Rapidinho junta-se uma coisa com outra com outra e com outra e vai a assadeira cheia para o forno. O processador de alimentos (que também veio na mala) em um instante transforma tomate fresco com melancia e temperos em um delicioso gazpacho pra comer como entrada. E enquanto eu fico pensando se é melhor juntar dois disso com três daquilo ou ao contrário, a Neide já bateu a massa de abóbora e eu nem vi como ela fez.

O gazpacho ficou delicioso. Acho que
quero ter um processador de alimentos...

Uns minutos depois já estavam prontas três bolas de massa: a azul clarinha, colorida com flores de Clitoria ternatea; a amarela, feita com abóbora moranga e uma roxinha linda, de beterraba. O próximo passo era instalar a máquina numa superfície grande pra trabalhar, e a despeito das moscas e dos cachorros de plantão, Neide escolheu montar a traquitana toda lá fora, na grama, sob a sombra da Teca.

No melhor estilo gambiarra, com cadeiras viradas sobre a mesa e um pedaço grande de cano de pvc, foi montado um varal para secar os fettuccines, e num minuto em que deixei a cozinha para ir ao banheiro ouvi risadas e fui chamada às pressas. Corre, vem fotografar! Não sei muito bem como aconteceu, mas em questão de segundos a primeira leva de massa de abóbora escorregou do varal de cano e foi parar na grama, e em mais um piscar de olhos os três cachorros devoraram aquilo tudo.


Depois das melhorias no varal para evitar futuras perdas vieram lindos fettuccines azuis e roxos combinando com a camiseta da cozinheira, e comemos nossa macarronada com molhinhos de manteiga e sálvia e de tomate, junto com as coxas de frango e fatias de abóbora assadas com temperinhos da horta. Isso é que é almoço de domingo!



Marcos, o companheiro que acompanha,
espantava moscas e ajudava na produção da massa





Hoje acordei pensando em contrastes.
A massa foi a Neide que fez e o molho fui eu, com tomates pelados de lata mas quase sem processamento industrial. A manteiga era de pacote mas a sálvia é produção da casa. Os corantes da comida eram totalmente naturais: beterraba, abóbora do quintal e flores da horta da Neide. Comemos na mesa sobre a grama, debaixo de uma árvore bonita, com moscas e cachorros por perto, sem muitos problemas.

Agora pense em alguém que more num apartamento. Pode ser você, pode ser eu, que já fui muito urbana. Essa pessoa acorda lá no alto, décimo segundo, vigésimo quinto andar. Olha pela janela só pra saber se faz sol ou se chove e se enfia rápido numa roupa, café solúvel numa mão, bolacha de pacote na outra. Pega o elevador com o vizinho que nem responde o bom dia e aperta o G3, a garagem mais do alto. Entra no carro, afivela o cinto e logo se entala no trânsito; cinquenta minutos pra chegar ao trabalho. O prédio de escritórios fico no topo de um shopping, daqueles com muitos níveis de garagem. De novo o G3. Estacionamento cheio, vaga apertada, elevador lotado, a mesa tomada de pilhas de papel e um monte de e-mails para responder. Na hora do almoço a praça de alimentação salva: um salgado frito com refrigerante diet, porque não vai dar tempo de almoçar direito. De tarde telefone, computador, reunião no ar condicionado, cafezinho da máquina no copinho plástico, mais computador, mais telefone… Acaba o expediente e o dia termina como começou, só que ao contrário: mesa ainda tomada de papéis e os e-mails a responder, elevador lotado, vaga do carro apertada, fila pra passar pela cancela do estacionamento, uma hora e vinte no trânsito até chegar em casa, G3, elevador com os vizinhos… e chega o momento relax: um banho quente (mas rápido por causa do rodízio de água), pijaminha de malha feito de fio de garrafa PET (sustentável) e um jantarzinho leve (salada hidropônica com nuggets de vegetais e um chá gelado, daqueles de misturar o pozinho na água. Sabor pêssego).

Essa pessoa (eu, você, alguém da sua família) não colocou o pé na Terra! Não digo descalço, na terra terra, aquela que tem minhocas, falo do planeta Terra! O dia inteiro se passou no alto, em andares de cimento. Os deslocamentos foram dentro do carro, as garagens eram elevadas, o almoço foi na praça de alimentação do shopping... Essa criatura não pisou numa calçada que seja, muito menos em um só metro quadrado de grama. Capaz que não tenha reparado no céu, não escutou um pio de pomba e nem comida de verdade comeu. Nem bebida de verdade bebeu! E pelo que me consta não inventei nenhum absurdo, nada que eu, você e seus conhecidos não tenhamos feito muitas e muitas vezes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte…

Antes que você me chame de Pollyanna, deixe-me dizer que não acho que tenhamos todos que nos mudar para ecovilas, plantar nossa própria comida, costurar nossas próprias roupas, vender nossos carros… Adoro dirigir, uso computador todos os dias, tenho pilhas e pilhas de papel sobre a mesa e dezenas de e-mails a responder, mas tenho tentado andar pelo caminho do meio. Planto horta (quando morava em São Paulo plantava em vasos), sento na grama com os cachorros no colo, como comida de verdade feita por mim em oitenta por cento das refeições, boto um tênis e vou correr na rua e tento, diariamente, melhorar minhas escolhas. Já morei em diversos lugares diferentes, já trabalhei com coisas saudáveis e com insalubres também, e a cada dia que passa acho mais importante e prazeroso o contato diário com a Terra. E mais: não conheço ninguém que tenha feito o caminho contrário sem ao menos cultivar um plano de, no futuro, voltar às raízes.

É um caminho sem volta. Quanto mais a gente planta, mais quer plantar. Quanto mais pensa na comida, mais se dedica a fazê-la saudável. Quanto mais põe a mão na terra, senta na grama e corre na rua, mais sente falta disso tudo quando por algum motivo não pode fazer. E tem mais uma coisa bem interessante: a gente começa a se relacionar com pessoas que fazem o mesmo, que pensam igual, que andam pela mesma trilha sem querer voltar pra trás. É o caso da minha amizade com a Neide. Quando eu morava em São Paulo, trabalhava muito perto da casa dela e era um pouco aquela pessoa que não tinha tanto contato com a Terra, a gente não se conhecia. Agora que ficamos amigas, pergunta se eu quero passar um Carnaval sem ela???

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Para o almoço, dióxido de titânio, inosinato dissódico, estearoil lactilato de sódio, hidroxipropilcelulose e mais! Ou como bater chantilly

Mix 7 vegetais desidratados

Dia desses, depois de preparar uma fritadinha gostosa de PTS (proteína texturizada de soja) para o almoço, aproveitei uma troca de e-mails com a Neide para perguntar se ela acha o caldo de legumes industrializado uma criatura muito do mal.
A resposta veio logo, e como eu desconfiei que viria: não gosto do caldo.

Depois disso é que fui ler na caixinha a lista dos ingredientes que tinha acabado de usar. Descobri que se tivesse lido antes nem precisava ter perguntado. Repare:

sal, gordura vegetal, amido, açúcar, cebola, espinafre, alho, cenoura, cúrcuma, alho poró, salsa, repolho, tomate, pimentão vermelho, aipo, abóbora, pimenta do reino branca, realçadores de sabor glutamato monossódico e inosinato dissódico, emulsificante mono e diglicerídeos de ácidos graxos, corantes dióxido de titânio e caramelo IV e acidulante ácido cítrico.

Pra começar, o tamanho das letras na embalagem já é uma afronta. Ainda não estou na idade da vista cansada mas tive dificuldade de desvendar as palavras desconhecidas. As informações "número 1 do Brasil em vendas" e "sem conservadores" aparecem grandes, destacadas, mas o dióxido de titânio (!!!) está mesmo muito bem escondido. A foto da lista de ingredientes (abaixo) foi feita de muito, muito pertinho, por isso você pode ler, mas tente na caixinha e você vai entender o que eu digo.

Caldo de legumes - ingredientes

Dos caldos de carne e de galinha, entre outros, já tinha ouvido falar que são feitos dos restos dos animais que ninguém se atreve a comer, e que quem já viu de perto o processo de produção nunca mais põe um cubinho desses na comida. Eca.

Junto com não gosto do caldo a Neide me sugeriu ter uma caixinha com várias especiarias para combinar na hora, ou já deixar a misturinha pronta pra dar mais graça aos pratos, o que nada mais é que a parte boa do caldo de legumes. Desidratados, todas essas coisas duram bastante e a gente usa do jeito que preferir.

Agora olho de esguelha para o resto da minha caixinha de cubos e não quero mais usar. E como ainda não deu tempo de fazer um bom passeio por um desses mercados municipais onde se encontra de tudo a granel, ando à caça de temperinhos diferentes em supermercados comuns mesmo. Não é muito fácil encontrar algo desidratado além dos óbvios alho e cebola, salsa e cebolinha, pimenta do reino, orégano, manjericão e outras ervas que já tenho na horta, mas num supermercado diferente achei um simpático mix de sete vegetais que apeteceu.

Mix 7 vegetais - ingredientes

É aquele lá da foto no início do post. Já usei em refogado de legumes, risoto e ontem à noite numa sopa. É gostoso e realmente enriquece um pouco o sabor da comida, além de te livrar dos glutamatos, dos inosinatos e do dióxido de titânio, que é ótimo pra remendar quem quebra os ossos mas na minha refeição eu não quero, muito obrigada.

* * *

E alguns dias depois do episódio do caldo de legumes me peguei dando mais uma mancada parecida: para receber visitas em casa fiz uma sobremesa que gosto de enfeitar com chantilly, e com medo de me atrapalhar com a quantidade de preparos e ainda ter que bater creme de leite, acabei comprando o chantilly pronto, em spray. Foi uma dessas decisões que a gente toma sem pensar, porque pensando por 3 segundos eu teria optado mesmo pelo creme de leite fresco.

Primeiro porque o spray de chantilly é aerado, e isso faz com que ele fique bonito só por alguns minutos em cima da sobremesa. Logo se percebe que aquela decoração bonita que você fez está murchando, e em pouco tempo aquilo vira uma coisa branca derretida horrível.
Segundo porque, para economizar cinco minutos de batedeira e o trabalho de colocar o chantilly dentro de um saco com bico de confeitar, eu troquei isso:


por isso:

Spray de chantilly - ingredientes

Então, caro(a) amigo(a) doceiro(a) inexperiente, não tenha preguiça e também não acredite se um dia alguém te disser que bater chantilly é uma arte, que dá trabalho demais porque suja a batedeira e o saco de confeitar ou que é perigosíssimo você perder tudo porque bateu demais e produziu manteiga.

Encare o desafio e aprenda a bater chantilly: compre creme de leite fresco, dê uma gelada extra nele colocando a embalagem no congelador por 15 minutos (ligue o timer!), tire sua batedeira do armário e fique olhando enquanto ela trabalha pra você. Vai demorar de 2 a 4 minutos para você ter um creme fofo, grosso e branquinho, com ondas bem marcadas. Na dúvida, pare a batedeira, enfie o dedo naquela gostosura e prove, pra saber se está como o chantilly que você conhece. Se ainda estiver muito mole, bata mais um pouquinho. Não demais senão realmente passa do ponto, mas se suas visitas não estiverem com o dedo na campainha, isso não é nenhum drama e serviu para você aprender a fazer manteiga!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Flores na salada. As folhas são só um detalhe


Pode-se dizer que flores na salada são ingredientes perigosos. Depois que você começa a usá-las, nunca mais consegue parar. As saladas "comuns" perdem a graça e você nunca mais vai achar bonito um monte de folhas sem flores. Acredite, eu sei do que estou falando, aconteceu comigo.

No sábado tive visitas para o almoço e preparei uma salada de folhas com bolinhas de ricota e flores de gervão (já falei dele aqui). Lindo e gostoso, o prato fez sucesso. É nessas horas que a gente percebe como uma apresentação caprichada faz toda a diferença, porque as folhas eram as de sempre, a ricota era branquela como todas são e o prato poderia ter sido montado de um jeito qualquer, mas as mini-flores ganharam elogios pelo todo.

Não importa se você usa só uma florzinha ou muitas delas. A comida fica mais chamativa, a mesa fica mais colorida e todo mundo se encanta. É como passar um batonzinho antes de sair, ou colocar um broche ou um lenço sobre a camiseta lisa. Duvido você achar que fica melhor sem.



segunda-feira, 18 de março de 2013

Gelatina de frutas ou frutas de gelatina? Moranja, maracuvá, pitão... invente as suas!


Sobremesa colorida alegra a mesa e todo mundo gosta. Ainda mais quando dá pra aproveitar as cascas que sobraram do suco e brincar com a criançada de batizar frutas que só existem quando a gente inventa. Gelatina de morango na casca de laranja vira moranja, casca de maracujá com gelatina de uva vira maracuvá, pitaia com limão vira pitão e por aí vai.

Como fazer, acho que você já imagina. Frutas cortadas ao meio raspadas com colher e preenchidas com gelatina morninha, quase fria. Fiz com um pouco menos de água do que manda a caixinha; quatrocentos mililitros ao invés de meio litro. Na hora de servir é só fatiar com uma faca bem afiada, pra fruta inventada sair linda.

Melhor ainda só fazendo gelatinas naturais com suco de fruta de verdade, mas eu só tive essa ideia depois de tudo pronto. Que tal você experimentar e voltar para contar?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Jardineira chocólatra


Família em casa no fim de semana, e a jardineira chocólatra juntou a gula com a vontade de plantar. A ideia dos vasinhos foi da Mari, irmã cozinheira especializada em eventos, e veio junto com a sugestão de montar a mousse de chocolate em copinhos de pinga. Mas na semana passada encontrei à venda mini vasinhos de vidro no tamanho ideal para porções individuais. Poderia ser mais perfeito?

A receita da mousse é da Patricia Scarpin, do delicioso Technicolor Kitchen, de onde saem atualmente todas as receitas de doce que faço. É levíssima, fácil e rápida de preparar.


Mousse de chocolate com especiarias

180g de chocolate amargo (70% cacau) picado
3 ovos em temperatura ambiente, claras e gemas separadas
3 colheres de sopa de açúcar refinado
1/4 de colher de chá de canela em pó
1/4 de colher de chá de noz moscada moída na hora
225ml de creme de leite fresco batido até formar picos suaves

Coloque o chocolate em uma tigela refratária e derreta-o em banho-maria.
Retire do fogo e deixe esfriar.
Acrescente as gemas e mexa - a mistura vai ficar espessa.
Junte as especiarias e misture.
Acrescente o creme de leite e misture delicadamente, de baixo para cima, com o auxílio de uma espátula de borracha/silicone.
Na tigela grande da batedeira bata as claras em neve até que formem picos suaves.
Junte o açúcar e bata para incorporar.
Misture as claras delicadamente ao creme de chocolate, novamente misturando de baixo para cima com a espátula - a mousse deve ficar homogênea tanto na textura quanto na cor.
Transfira para seis potinhos ou copinhos com capacidade para meia xícara (120ml) cada e leve à geladeira por 3 horas ou até firmar.


O acabamento com efeito de pedrinhas fiz com amêndoas cruas picadas, mas você pode usar amendoim, castanha de caju, do Pará, farofa para sorvete ou o que tiver em casa. E a plantinha aqui é hortelã, mas seus vasinhos também podem ser de menta, melissa, tomilho ou qualquer outra plantinha não tóxica que tiver à mão. Vale até flor.

Depois de ouvir todos os ahs e ohs das visitas encantadas, você vai ver como é uma delícia curtir a fama de anfitriã caprichosa!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cenouras coloridas com manteiga de ervas


A Neide, do Come-se, deixou um comentário lá no post sobre a colheita das cenouras coloridas sugerindo que eu as comesse cozidas, em rodelinhas, e passadas na manteiga de ervas. Ela é sabida e eu não sou boba nem nada, então aceitei a sugestão e foi isso o que fiz.

Para quem estava morrendo de curiosidade, assim como eu, as notícias são as melhores.
Claro que com elas ainda cruas já fiz as primeiras degustações, e foi fácil perceber que todas se parecem um pouco com as cenouras comuns, alaranjadas, mas cada uma tem seu sabor específico. Dá até para brincar de adivinhar, de olhos fechados, que colorido tem cada gosto.

As brancas são mais fortes, quase picantes, as amarelinhas, minhas preferidas, são suaves e delicadas, enquanto as roxas, com seu lindo miolo alaranjado, tem um gosto só delas que nem sei dizer com o que se parece.
Depois de cozidas (com casca e no vapor, para não desbotarem) todas mantiveram suas características principais mas o sabor foi um pouco suavizado e acrescido de um leve doce, aquele que sempre aparece quando se cozinha cenoura.

E o toque final, ótima sacada da Neide, foi passá-las em manteiga de ervas. Na verdade não sei (e nem perguntei) se ela pensou em um naco de manteiga direto no prato, em cima das cenouras quentinhas, ou se a ideia era uma seladinha na frigideira com a manteiga, mas eu já fui partindo para a segunda possibilidade, e tenho para contar que ficou um arraso. De bom!

A manteiga preparei na véspera e deixei passar a noite na geladeira, aromatizando.


Depois coloquei uma colherada dela na frigideira, pinguei um tico de azeite por cima - dica para evitar que a manteiga queime muito rápido - e, assim que derreteu, joguei as rodelinhas de cenoura. Um tchiii de um lado, um tchiii do outro, e foram para o prato, acompanhadas de um risotinho legal que já tinha pronto e um pouco de couve da horta. Ficou espetacular, e eu sugiro que você experimente em casa, mesmo com cenouras comuns ou com batatas.

E sobre a manteiga de ervas: não tem coisa mais fácil de fazer e todo mundo adora. Tenho uma receita básica que costumo repetir, mas na verdade ela funciona mais como uma referência de quantidades, porque a manteiga fica ótima com as mais variadas combinações de temperos, por isso não se prenda a essa fórmula e use o que tiver em casa.

1 tablete (200 g) de manteiga (com ou sem sal) em temperatura ambiente
1 colher de sopa de salsinha fresca picada
1 colher de sopa de cebolinha fresca picada
1 colher de sopa de manjericão fresco picado
1 colher de sopa de orégano fresco picado
1 colher de sopa de orégano seco

Misture tudo como se estivesse fazendo um patê, coloque num copo ou mantegueira bonita e leve à geladeira por algumas horas. Se sua manteiga já tiver sal, você provavelmente não vai precisar de mais. Se for sem sal, acrescente uma pitada, se quiser. Também vale colocar uma pimentinha ou outra especiaria que gostar.
Ela serve para dar um aroma super especial em preparos culinários mas não deixe de experimentá-la simplesmente com pão. É o máximo.

Essa receita aprendi num curso chamado Jardinagem Gastronômica, dado pela Silvia e pela Sabrina Jeha, amigas queridas da Sabor de Fazenda. Se você mora em São Paulo e está a fim de passar uma deliciosa manhã de sábado aprendendo coisas bacanas sobre ervas e cozinha, clique aqui, veja os detalhes e faça sua incrição, porque o próximo já é no final de semana que vem, no dia 20 de outubro.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Come-se presentes

Acima à esquerda, mangaritos. À direita carás-moela e abaixo orelhas de padre

A teoria dos 6 graus de separação foi elaborada por pesquisadores da Microsoft e diz que todas as pessoas do mundo estão separadas umas das outras por apenas 6 laços de amizade, mas a julgar pela quantidade de coincidências que tenho vivido, certamente essa média vem caindo.

Na última segunda-feira tive a oportunidade de conhecer a Neide, do blog Come-se, atravessando a ponte de um único grau de separação entre nós. Fui levar para ela, em São Paulo, uma muda de limão Yuzu mandada pelo Edilson Giacon, do viveiro Ciprest.
Do Edilson sou cliente fiel; é um dos nomes mais conhecidos no ramo do cultivo e comércio de plantas especiais no Brasil. Se ele não conhece a espécie ou não sabe onde encontrar, é porque ela não existe - ao menos no país. E da Neide sou leitora assídua e cada vez mais admiradora; no blog aprendo sobre cozinha criativa, saudável, sem preconceitos e conheço novos ingredientes, além de escrever melhor só por ler o que ela publica. Texto bom tem esse poder. E, pra melhorar, a danada agora anda fazendo experiências no mundo das plantas, curtindo belezas e curiosidades das árvores e sementes que ganha ou encontra por aí.

Neide mora numa casa linda, toda amarelinha, e logo no início já vem se desculpando que o quintal está uma bagunça, que ela não é uma boa anfitriã... Mas é tudo modéstia, porque o quintal cheio de potinhos com mudas e sementes germinando não podia ser mais interessante, sem falar no chá com pão e geleia caseiros que convidam a passar o resto do dia lá.
Durante uma hora e meia que nem vi passar trocamos histórias, curiosidades, experiências, descobrimos mais amigos em comum e eu, que era só portadora de um presente, saí com as mãos cheias de coisas novas a experimentar. Ganhei mangaritos, carás-moela e orelhas de padre, que nunca comi nem plantei mas conheço das páginas do Come-se. Diversão garantida para os próximos meses, plantando e comendo meus presentes.

 E que seleto grupo de amigos e conhecidos, o meu.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Chá quente, chá morno, chá frio... muito chá, sempre!


Os dias têm começado acelerados, a lista de coisas a fazer só cresce e, se bobear, até um lindo sítio sombreado por enormes árvores cinquentenárias pode virar fonte de stress e enlouquecer criaturas atarefadas, então... vamos com calma.
Hoje começamos o dia regados a chá de ervas, tentando segurar o ritmo e conter as ansiedades antes que elas se instalem.
Da cozinha vieram pauzinhos de canela e uma rodela de limão, e da horta em vasos foram colhidas, aleatoriamente, alguns punhados de folhas. Nada de receitas, o critério foi oferta e belezura - as espécies mais viçosas pediram para participar e ganharam a preferência; colhemos melissa, hortelã e manjericão.

Como ensina dona Rosy Bornhausen em seu simpático livro As ervas do sítio, os chás de ervas devem ser feitos em infusão, que nada mais é do que esquentar água até que bolinhas começem a se formar e desligar o fogo antes da fervura. Só então deve-se acrescentar as ervas e em seguida abafar por alguns minutos, para que as propriedadas terapêuticas das folhas se incorporem à água.
Dona Rosy ensina também que é sempre melhor usar recipiente de vidro ou porcelana para esquentar a água, que deve ser mineral ou pelo menos filtrada, para diminuir um pouco a ingestão de produtos químicos.

Enquanto a infusão fazia suas mágicas, descobri, consultando o indispensável Plantas medicinais no Brasil, de Harri Lorenzi e F. J. Abreu Matos, que estávamos em boas mãos: melissa é a erva perfeita para quem está precisando dar uma sossegada. Tem propriedades calmantes e combate a insônia, além de ser poderosa contra gripe, bronquite crônica, cefaléias e enxaqueca.
Hortelã e manjericão, por sua vez, são estimulantes digestivos e antiespasmódicos, por isso são recomendados para problemas estomacais, intestinais e hepáticos.
A canela e o limão entraram para participar nos quesitos sabor e aroma, mas também têm suas propriedades medicinais.

No início do dia o chá foi tomado quentinho, e o que sobrar, frio, vai virar refresco para a hora do almoço. Quando esfriam, os chás perdem um pouco do sabor, por isso podem ser preparados com um terço a mais dos ingredientes quando forem consumidos gelados.

A referência básica de quantidades é de 1 colher de sopa de ervas secas ou 2 colheres de ervas frescas picadinhas para cada xícara de água bem quente, mas depois de alguns preparos você vai aprender a medir na palma da mão a quantidade de folhas que deve colher e nem precisará mais picá-las para medir.

E uma boa dica para aproveitar sobras de chás de ervas é congelá-las em forminhas de gelo, para esfriar chás muito quentes sem diluir o sabor da bebida ou mesmo para usar em sucos de frutas. Imagine o suco de abacaxi com gelo de chá de hortelã, uma limonada com gelo de capim-limão ou melissa, refresco de melancia com chá de menta...


segunda-feira, 19 de março de 2012

Água aromatizada + educação e respeito


Ontem o almoço foi em companhia de visitas holandesas, e para refrescá-las do calorão a refeição foi regada a suco de caju (Anacardium ocidentale), fruta nativa do Brasil, e água geladinha aromatizada, que toda vez faz sucesso. É mais fácil e rápido do que fazer qualquer suco, todo mundo adora e sempre pergunta o que tem dentro.
Nada mais simples: canela em pau, fatias de limão (ou laranja, ou tangerina, ou carambola, ou maçã, ou...) e dois ou três raminhos de hortelã, tudo dentro de uma jarra ou garrafa de vidro bem bonita.
Quanto antes você preparar (com duas ou três horas de antecedência), mais aromatizada ficará a água. Mas se, como eu, esquecer e deixar para a última hora, vai dar certo também.
E depois que beberem tudo, encha com água de novo que funciona; eu fico reabastecendo a garrafa até o dia seguinte, curtindo os sabores.

E depois do almoço fomos ao Google Earth, conhecer virtualmente a região onde moram as visitas. A tecnologia nos permitiu caminhar pelas ruas e quintais limpos e caprichosamente arrumados da mini-cidadezinha chamada Heerhugowaard, onde o amigo Evert Appelman tem sua banquinha de flores à beira da estrada (no canto esquerdo da foto). E ouvimos dele que, na maior parte do dia, as flores se vendem sozinhas: o cliente escolhe o que quer, olha o preço na tabela, coloca o dinheiro na latinha, se for o caso pega o troco, e vai embora levando suas flores.
Quando eu crescer, quero morar num país assim...


sexta-feira, 2 de março de 2012

Abóbora com cebola e alecrim

Uma aboborona enorme nasceu na horta e não fui eu que plantei. Não sei de onde veio a semente nem como se chama a espécie, mas esperta é, porque veio nascer direitinho na casa de uma amante das cucurbitáceas - a família das abóboras.


Claro que aceitei o lindo presente e tenho tratado de fazer bom proveito.
Como tempo aqui tem sido artigo de luxo, a palavra de ordem é cozinhar o que pede pouco preparo e aproveitar o que se tem à mão. Receitas elaboradas com ingredientes difíceis têm ficado para depois.

Um clássico na cozinha desta casa é abóbora com cebola e alecrim. Da horta em vasos, claro.
Prato rápido e delicioso, não exige prática nem tampouco habilidade:

Descasque e corte em cubos um pedaço de abóbora de qualquer espécie - todas ficam deliciosas.
Pique cebola em pedaços do tamanho que preferir. Eu gosto dela grandinha.
Colha um punhadinho de alecrim fresco, tire as folhas do cabinho e pique-as um pouco.
Aqueça um fio de azeite em uma panela ou frigideira e coloque a cebola para fritar. 
Quando estiver começando a aloirar, junte os cubos de abóbora e deixe fritar um pouco, para selar. Mexa de vez em quando.
Depois de dois ou três minutos, coloque água até cobrir as abóboras pela metade. Tampe deixando uma só frestinha aberta e abaixe o fogo.
Quando praticamente não houver mais água, confira o cozimento espetando as abóboras com uma faca ou garfo. Se estiverem macias, acrescente o alecrim e coloque sal.
Mexa mais um pouco para misturar os temperos e está pronto.

É uma ótima opção para acompanhar o arroz e feijão de todo dia ou uma carne, ave, peixe... vai bem com tudo.
Não especifiquei tempos nem quantidades porque seu bom senso e atenção devem fazer parte da lista de ingredientes. Sua maneira de preparar deixa o prato com a sua cara.

E é unanimidade por aí que alecrim e abóbora fazem uma apetitosa dupla, mas nada te impede de testar outras ervas que estejam disponíveis na horta de casa. Ou mesmo uma misturinha delas, já que a abóbora tem sabor suave e aceita bem um colorido extra de sabores.
Boas experiências e bom apetite!


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Esfoliante de aveia e mel


Aqui muitas vezes a gente trabalha no sol, carrega peso e termina o dia com a roupa toda suja de terra, mas não é por isso que deixa de se cuidar e se dar uns mimos de vez em quando, de preferência da maneira mais natural possível.
Ao invés de investir em cosméticos caros e industrializados, usar receitas de produtos de beleza naturais é uma maneira de se cuidar com o que frequentemente temos em casa, economizando dinheiro, embalagens e tendo o real conhecimento do que está sendo usado dentro e fora do nosso corpo.
Sem falar na certeza de não usar produtos exaustivamente testados em animais, o que é um capítulo a parte.

Pois antes do seu próximo banho faça um pitstop na cozinha e se dê de presente um esfoliante de aveia e mel para o rosto (ou para o corpo se você tiver os ingredientes aos montes). Basta misturar uma colher de sobremesa de mel puro com uma colher de chá de farinha de aveia, que você compra pronta ou prepara batendo no liquidificador os flocos de aveia a venda em qualquer supermercado.
No finalzinho do banho, quando a pele do rosto já estiver bem macia pela ação da água, desligue o chuveiro e aplique o esfoliante em movimentos circulares, sem muita pressão nos dedos. Capriche nas áreas onde costuma sentir mais asperezas e aproveite para descer um pouco pelo pescoço, que também merece seus cuidados.
Depois de alguns minutos curtindo a massagem apenas enxague com água morna ou fria, sem passar sabonete. Sua pele já vai estar suficientemente limpa e sem oleosidade, não será necessário lavar ainda mais.

O mel tem ação amaciante e nutritiva, e a aveia acalma, esfolia a pela e estimula o fechamento dos poros. E não sou eu que estou dizendo, são propriedades cientificamente comprovadas.
A sensação de rosto macio e limpinho depois do banho é uma delícia, e o melhor é que ainda dura por uns dias (o quanto a poluição e o sol permitirem).
Só quem ainda não experimentou pode achar que vale mais a pena investir em um esfoliante comprado pronto.

Em tempo: não esfolie sua pele mais que uma vez por semana, e se não tiver aveia em casa substitua-a provisoriamente por açúcar cristal, que não tem os mesmos efeitos terapêuticos mas esfolia da mesma maneira.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fusilli tricolore al pesto


Dia de macarrão ao pesto é aquele em que você bate o olho no manjericão e diz "caramba, como cresceu!". E antes que ele comece a ficar meio tombado por não aguentar o próprio peso, mande ver numa poda radical.
Com uma tesoura ou faquinha afiada corte um bom tanto da parte mais alta da planta, tomando o cuidado de deixar pelo menos um palmo de cada galho com folhas, para que logo venham novos brotos.
De posse de um lindo buquê perfumado, é hora de preparar o almoço.

Antes de mais nada devo dizer que nesse momento uma receita faz toda a diferença.
Sempre fiz pesto no olho, começando com todas as folhas de manjerição e batendo aos poucos, cada vez colocando um pouco mais de azeite até chegar à consistência certa.
Nunca errei, mas confesso que passava um pouco de raiva a cada vez que apertava o botão ligar e as folhas eram arremessadas para cima colando nas paredes do copo do liquidificador. Aí toca abrir a coisa, empurrar o manjericão para baixo com uma colher e... voava tudo pra cima outra vez. Uma, duas, três..., seis... oito vezes, até ficar pronto.

Ontem, minutos depois de dizer ao meu manjericão "caramba, como você cresceu!", abri o Technicolor Kitchen (blog imperdível pra quem gosta de cinema e comida boa) e me deparei com uma receita de pesto.
Sim, eu acredito em sinais.
E então, com uma referência de proporções que sempre tive preguiça de pesquisar, pude começar ao contrário: primeiro o azeite, no fundo do copo, e depois as folhas de manjericão aos poucos. Assim vai-se formando um creminho que não voa, e em 3 minutos seu molho pesto está pronto, bem verdinho e perfumado.

É assim:

- 3/4 de xícara de azeite de oliva extra virgem (180 ml)
- 1 + 1/2 xícara de folhas de manjericão (aperte-as um pouco dentro da xícara para ficar bem medido)
- 3 dentes de alho
- 2 colheres de sopa de nozes picadas
- 4 colheres de sopa de queijo parmesão, de preferência ralado na hora
- pimenta do reino
- sal

Coloque o azeite no copo do liquidificador e vá acrescentando aos poucos as folhas de manjericão.
Depois coloque os dentes de alho, as nozes, o sal, a pimenta e bata mais um pouco até tudo sumir.
Então passe o pesto para uma tigela e misture o queijo parmesão.

Ferva o macarrão, escorra bem e misture o pesto na hora de servir.
Um pouco mais de queijo por cima da massa já servida no prato faz toda a diferença, no visual e no sabor.

Algumas observações:
- se comprar um maço de manjericão no mercado, escolha os de folha maior, que facilitam muito sua vida na hora de lavá-los.
- depois de lavadas as folhas devem ficar um tempo escorrendo, para perder o excesso de água. E, se tiver tempo e paciência, passe-as por folhas de papel toalha para secar um pouco mais.
- aqui, como sou eu quem cuida do manjericão e anda chovendo sem parar, usei tudo sem lavar, com uma boa inspeção em busca de bichos. Do mesmo jeito que chupamos fruta no pé, comemos manjericão direto do vaso.

E sobre o Technicolor Kitchen:
Se você tem problemas com gula e/ou calorias, não clique no link. O blog é uma delícia, as receitas são super especiais, as fotos são lindas e a Patrícia tem um jeitinho simpaticíssimo, daqueles de quem certamente viraria uma ótima amiga.
Já fiz mais de uma receita das recomendadas por ela e posso garantir: não pararei por aqui!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Vinagre: 1001 utilidades - parte 3 - Multiuso caseiro

Há 3 dias ando atrás de uma boa receita de multiuso caseiro.
Pelas páginas da internet descobri que dezenas de sites repetem as mesmas duas ou três fórmulas copiando uns dos outros, reproduzindo até os mesmos erros de português. E para falar a verdade, tive a impressão de que grande parte desses sites nem experimentou fazer o produto que indica.
Só que uma das minhas resoluções de ano novo foi largar de vez o multiuso industrializado, para diminuir meu contato (e dos gatos e cachorros que pisam no chão e lambem as patas) com produtos químicos. E para ter uma embalagem a menos para descartar, mesmo que ela seja reciclável.
Então escolhi uma fórmula e saí para comprar os ingredientes, mas pelas lojas da cidade descobri que não se encontra mais o tal do bórax, que me lembro de ter conhecido na infância. Minha mãe escondia pela casa, dentro de tampinhas de garrafa, uma mistura dele com açúcar para matar baratas.
Pois entrei em todas as (4) farmácias, (3) casas de produtos agrícolas e (4) supermercados, e a maioria das pessoas nem conhece o produto. Mas que fique claro: o bórax não é do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Se não me falha a memória, minha infância foi nos anos 80!

Frustrada por não ter conseguido todos os ingredientes para minha experiência a la O Pequeno Químico, voltei ao computador e acabei encontrando uma fórmula mais simples, apenas com água, vinagre, limão e bicarbonato de sódio.
No final das contas, de duas fórmulas fiz uma, substituindo o bórax pelo limão, e cheguei à seguinte receita:

1 litro de água morna
1 colher de sopa de vinagre
1 colher de sopa de sal amoníaco
1 colher de sopa de bicarbonato de sódio
1 colher de sopa de sumo de limão (que entrou no lugar do bórax)
2 colheres de sopa de detergente de louça

Dissolvidos todos os ingredientes na água, dentro de um balde, coloquei a solução num borrifador usado de limpavidros.
Ao que se pode ver a olho nu, funciona bem e não tem deixado manchas nas superfícies limpas. Só senti falta de um perfuminho, então acrescentei algumas gotas de essência de citronela. Ficou ótimo!

Sobre os ingredientes:
- o vinagre, usei o branco de álcool. Entre todas as versões disponíveis no mercado, é o menos fedido.
- quanto ao sal amoníaco, podia jurar que daria voltas ao mundo atrás dele (nunca tinha ouvido falar nisso), mas foi o primeiro pacotinho branco que vi na prateleira de temperos do supermercado. Ele é usado em receitas de bolos, tortas e biscoitos para dar volume e "fofice" nas massas. E também foi ótimo descobrir que se é coisa de comer, não há de fazer mal no contato com a pele.
- o bicarbonato de sódio também está sempre presente junto aos temperos, no mercado, e é encontrado facilmente em farmácias.
- o bórax (que nunca encontrei) parece ter efeito bactericida e inseticida, por isso foi substituído pelo limão, que tem ação semelhante.
- o sumo de limão filtrei num paninho de pia, tipo perfex, para não ter o borrifador entupido. Espremi o limão em cima do paninho mesmo, e já escorreu pra dentro do balde.
- e a essência de citronela veio do petshop. Também pode ser substituída por lavanda, alecrim, tangerina...

Outros detalhes e observações talvez surjam com o uso diário, então volto a tocar no assunto.
E se você experimentar esta ou outra versão de multiuso ou produto de limpeza caseiro, por favor dê seu depoimento!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Coma as frutas e beba as cascas!

Nem pense em jogar no lixo (ou mesmo na compostagem!) as cascas das frutas que você come.
No verão ou no inverno, de dia ou de noite, cascas rendem deliciosas bebidas, quentes e frias.
Abacaxi, maçã, maracujá, pêssego e ameixa são algumas das frutas que podem ter as cascas fervidas, basta que sejam lavadas com capricho.
Nas primeiras vezes, enquanto você descobre se prefere sua bebida mais forte ou mais suave, coloque água o suficiente apenas para cobrir as cascas dentro da panela. E depois, fogo nela!
O tempo de fervura geralmente não precisa ser maior do que 15 minutos, mas isso você também vai aperfeiçoando à sua maneira.
E para não ficar só no básico experimente misturas diferentes, adicione sementes e um pouco de polpa de maracujá para dar um azedinho, adoce com mel ao invés de açúcar, tome quentinho para espantar o frio ou ofereça gelado para as crianças no lugar de refrigerante.
Tem custo zero e é super saudável, sem falar no perfume delicioso que deixa em casa!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Folgada e egoísta

Na hora de planejar sua horta caseira, reserve uma terrinha isolada só para a hortelã. E quando eu digo isolada, é isolada mesmo! De preferência um vaso.
Por que tudo isso?
Porque a hortelã é espaçosa e não tá nem aí com a vizinhança: suas raízes formam um emaranhado que compete vigorosamente com as plantas vizinhas. Além disso, seus longos ramos horizontais, quando encostam na superfície da terra, facilmente emitem raízes e dão origem a novas mudas, o que faz com que a touceira cresça rapidamente.
Por outro lado, toda essa energia faz com que a erva seja de muito fácil cultivo. Fica feliz com três horinhas de sol por dia, não reclama se você errar um pouco a mão na água (pra mais ou pra menos) e, pra ajudar, brota ainda mais animada quando é podada para ser usada na sua cozinha.
A maneira mais rápida e prática é nas bebidas.
Em sucos, bata algumas folhas junto com as frutas no liquidificador. Combina com melancia, maracujá, abacaxi, limão...
E para um chá digestivo, coloque de 6 a 10 folhas numa xícara de tamanho médio e acrescente água fervente. Tampe com um pires e espere alguns minutos antes de beber.
Cai super bem ainda quente ou mesmo gelado, em versão muito refrescante.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Curtição de férias: grafite natureba!

A ideia é incrível: uma pichação verde com tinta à base de musgo!
Na teoria parece funcionar, e é claro que já estou juntando os ingredientes para experimentar e ver com meus próprios olhos.
Aí vai a receita, tirada desse link, de onde também veio a imagem acima.

Ingredientes:
- 3 punhados de musgo
- 700 ml de água morna
- 2 colheres de sopa de gel para plantas
- 120 ml de leite

Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador de 2 a 5 minutos, até que adquira a consistência de gel.

Daí é só usar a gororoba para pintar uma superfície de madeira ou concreto áspero (a textura rústica facilita a fixação do musgo), umedecer com borrifos de água uma vez por semana e assistir sua obra de arte surgir aos poucos.
Não parece genial?
Vou experimentar e assim que surgir algo fotografável mostro as imagens.
Alguém mais se habilita?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Brigadeiro de cascas de banana

Receitinha simpática de aproveitamento de cascas para fazer no fim de semana. D E L I C I O S A! O visual e o sabor principal são do brigadeiro tradicional, mas na "paralela" você sente um gostoso sabor de banana. Experimente!

Ingredientes:
500g de cascas de banana bem lavadas em água corrente
1/2 (meia) xícara de chá de água
1 xícara de chá de açúcar
1 lata de leite condensado
3 colheres de sopa de chocolate em pó
1 colher de sobremesa de manteiga ou margarina
1 colher de sopa de farinha de trigo
250g de chocolate granulado
manteiga ou margarina para untar

Modo de preparo:
No processador de alimentos ou no liquidificador, triture as cascas de banana com água suficiente (cerca de meia xícara). Em uma panela média coloque as cascas de banana trituradas e junte o açúcar deixando cozinhar até apurar bem. Acrescente o leite condensado, o chocolate em pó, a manteiga e a farinha de trigo, misturando sem parar até atingir o ponto de brigadeiro (soltar do fundo da panela). Coloque em um prato untado para interromper o cozimento. Faça bolinhas e passe pelo chocolate granulado.

PS: para as pessoas mais frescas, deixe para contar só depois do huuuuum que a receita leva cascas de banana. É interessante ver as caras de surpresa!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Legumes com alecrim

Quem tem vasinhos de ervas em casa usa bastante o manjericão para perfumar os molhos de tomate mas tem sempre a dúvida: e as outras ervas, como usar?
Na foto acima, uma assadeira está pronta para ir ao forno com um prato delicioso e rapidíssimo de preparar: legumes com alecrim.
Vale usar a criatividade e o que está disponível na geladeira: abóbora, abobrinha italiana, berinjela, cebola, batata, batata doce, alho... inclusive todas essas opções podem ir ao forno com casca mesmo!
Lave bem todos os vegetais, corte-os em rodelas ou pedaços grandes e espalhe tudo sobre uma assadeira untada. Para temperar use um fio de um bom azeite, sal grosso e as folhas frescas do seu alecrim. E só.
Leve ao forno pré-aquecido, em temperatura média por cerca de 40 min-1 hora, e durante esse tempo espete os legumes uma ou outra vez, com a ponta de um garfo ou palito, para conferir a consistência. Se achar necessário, vire as rodelas na metade do tempo de forno.
É uma ótima opção de acompanhamento para carnes, saladas, quiches e também satisfaz super bem quem está a fim de uma refeição simples e leve.
Vai virar receita curinga na sua casa, tenho certeza!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vinagre: 1001 utilidades - parte 1

Quem anda pesquisando substitutos "naturais" para produtos de limpeza industrializados já deve ter percebido que o vinagre está em boa parte das fórmulas.
Aí vai uma sugestão muito simples de uso do vinagre puro:

Substitua o amaciante de roupas por vinagre branco. Dependendo do tamanho da sua máquina de lavar, coloque de meia a uma xícara de vinagre na água da última fase de enxágue ou diretamente no compartimento destinado ao amaciante, se sua máquina é das modernas. Além de amaciar as fibras das roupas você também garante a boa fixação das cores fortes.
Se você, assim como eu, não gosta nem de passar perto de vinagres e outros cheiros ácidos, opte pelo vinagre de álcool. Além de ser realmente incolor é a melhor opção no quesito aroma.
E ao contrário do que você possa estar imaginando, sua roupa não corre o risco de ficar com cheiro de pepino em conserva.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Contra pulgas e carrapatos

Quem tem animais domésticos está sempre às voltas com pulgas e carrapatos, e quem procura soluções "naturais" para essas pragas costuma ter dificuldades. O mercado está cheio de produtos com nomes impronunciáveis em suas fórmulas, além da frequente advertência "cuidado veneno" acompanhada da figura da caveira, mas produto formulado com ingredientes que não se enquadrem nessa categoria, nunca vi. Resta então pesquisar e testar fórmulas sugeridas por quem trabalha com conceitos diferentes da química disponível no mercado de pet shop.
Dia desses recebi numa farmácia de homeopatia um folheto sobre aromaterapia para uso em animais, da empresa Phytoterápica. Entre as diversas fórmulas para tratar problemas variados está a sugestão para pulgas e carrapatos:
- 1 gota de OE (óleo essencial) de Tea Tree + 1 gota de OE de Citronela na caminha do animal 1 vez ao dia.
Também pode-se usar 1 gota de OE de Citronela esfregada na parte externa da coleira do animal 1 vez de 3 em 3 dias.
Os paninhos devem ser lavados frequentemente, para eliminar ovos e pupas (larvas das pulgas).
Mas, segundo o folheto, 95% das pulgas do seu animal estão mesmo é no ambiente, enquanto apenas 5% delas realmente passeiam com ele por aí, então o chão e os móveis da sua casa devem ser limpos com desinfetante e depois esfregados 2 vezes ao dia, por 21 dias, com um pano umedecido pela solução:

- 6 gotas de OE de Citronela
- 10 gotas de OE de Tea Tree
- 1 copo americano de álcool de cereais

As fórmulas serão testadas aqui nesta Verde Casa e os resultados divulgados assim que chegarmos a uma conclusão.
E quem tiver outras sugestões, está aberto o canal de comentários, logo abaixo.
Cães e gatos agradecem, aliviados.