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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Lixo no quintal dos outros é refresco


Nada como ter o problema perto, muito perto de você, para tratá-lo com seriedade.

A área rural onde moro fica a 3 km do centro da cidade. É perto, e isso me agrada porque não é preciso fazer longas viagens para ir ao banco, ao supermercado e outros lugares onde a gente vai sempre. Mas na nossa porta não passam o carteiro nem o lixeiro. O problema da correspondência é facilmente resolvido com o aluguel de uma caixa postal na agência da cidade, mas o do lixo…

A solução é a mesma de quando não existia lixeiro passando na porta de ninguém: um buraco no quintal. Cava-se o mais fundo possível e no entorno da boca do buraco vai uma paredinha de tijolos, para evitar o acesso de ratos e cachorros. Algo de 80 cm de altura. Nos mais de 60 anos em que existe o sítio, o buraco do lixo já foi em diversos lugares. Isso porque com o passar do tempo ele vai enchendo, e um dia é necessário encerrá-lo para abrir um novo.

Se tivéssemos visão de raio X passearíamos pelo jardim enxergando um museu de tudo o que já foi descartado aqui. Felizmente, há 50, 60 anos não eram tantas as embalagens de plástico, e latas de diversos tipos normalmente eram reaproveitadas para outros fins, então muito do que foi enterrado provavelmente já se decompôs e está reintegrado à natureza.

Hoje é que o bicho, ou melhor, o lixo pega. Separamos para reciclagem tudo o que é possível, mas acontece de aparecer uma embalagem sem identificação de tipo de material (o número dentro do triângulo de setas) ou algo tão sujo e engordurado que não pode ser reciclado. Uma embalagem de queijo parmesão, por exemplo, que tem tanto óleo que até escorre. E aí, quem tem coragem de simplesmente jogar aquilo no buraco do lixo, sabendo que o plástico leva 400 anos para se decompor? Enterrar resolve? O que os olhos não vêem o coração não sente?

Uma coisa é transferir o problema para o lixeiro - aquele incrível mágico ilusionista que passa de porta em porta fazendo tudo desaparecer -, outra coisa é ser responsável por cada coisinha que você enterra a 40 metros da sua cozinha, embaixo das plantas bonitas que escolheu a dedo e plantou com as próprias mãos. No fundo é tudo a mesma coisa, o plástico estará enterrado aqui ou no lixão, mas a responsabilidade de cuidar daqui me mobilizou ainda mais.

O resultado é que as experiências e os desafios vão nos aperfeiçoando, e que bom que é assim. Cada vez compro menos coisas embaladas, menos comidas industrializadas, menos glutamato monossódico, e tenho feito mais pães, bolos, biscoitos, arroz, feijão, sopas a partir de vegetais frescos… e no fim das contas não só nós somos beneficiados com toda essa comida de verdade, mas o lixo também. Sobram mais cascas e menos pacotes. Mais matéria orgânica compostável e menos embalagens.

Nos casos de pacotes recicláveis porém engordurados demais, em respeito às usinas que recebem o material que separamos tenho lavado tudo com água e bastante sabão de coco. Não dá trabalho nenhum e torna aproveitável a matéria prima já processada. E não venham me dizer que eu gasto mais água na lavagem do que a usada na produção de um pedaço de plástico novo, porque não é só isso que está em jogo. O pedaço de terra que está sob minha responsabilidade agradece. O seu aterro sanitário também agradeceria.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Um poço caipira, o Sebastião Salgado e a Martha Medeiros


Demorou um pouco mais do que em outros lugares do interior de São Paulo, mas a água aqui no sítio também já começou a rarear. Toda a nossa água vem de um poço caipira de 6 metros de profundidade que nos abastece regiamente durante todo o ano. É água límpida, gostosa, que sempre dá e sobra. Mas agora falta.

Nesta segunda-feira, pela primeira vez neste inverno, o nível da água desceu mais de um metro, e conforme nosso consumo aumenta (nos dias de irrigar as mudas do viveiro de árvores, por exemplo) ele desce ainda mais um pouco, chegando quase à pontinha do cano da bomba. Se a gente bobear, ela puxa ar.

A solução foi colocar uma boia que liga a bomba quando os lençóis freáticos abastecem o poço e desliga a sucção de água quando o poço esvazia. Isso quer dizer que às vezes nossa caixa d'água enche, outras não. Isso quer dizer que às vezes tem água pra tomar banho, às vezes não. E o mesmo pra regar as plantas, lavar a louça, a roupa, escovar os dentes…

No início da semana terminei de ler Da minha terra à Terra, livro em que o famoso fotógrafo Sebastião Salgado conta sua história de vida e sua experiência trabalhando ao redor de todo o mundo, de áreas de grandes mazelas sociais, como muitos países da África, a lugares de paisagem inesquecível, paraísos na Terra. Todo o texto é muito bonito e cheio de reflexões sobre o mundo e a raça humana, mas o que mais me tocou foi a reflexão ao final, na conclusão, onde ele diz algumas coisas importantes:

- … o homem das origens é muito forte e muito rico em algo que fomos perdendo com o tempo, tornando-nos urbanos: nosso instinto.
- Vi o que éramos antes de nos lançarmos à violência das cidades, onde nosso direito ao espaço, ao ar, ao céu e à natureza se perdeu entre quatro paredes. Erguemos barreiras entre a natureza e nós. Com isso, nos tornamos incapazes de ver, de sentir…
- Se em meu livro Trabalhadores fiquei orgulhoso por poder mostrar que somos um animal incrivelmente engenhoso na capacidade de produção, também vi que, em nossa maneira de viver, fizemos de tudo para destruir aquilo que garante a sobrevivência de nossa espécie.

Depois de terminar esse livro andei folheando A graça da coisa, da Martha Medeiros, espetacular coleção de crônicas guardada na minha estante entre outros livros dela, lidos sempre com muito prazer. Na página 40 está Alguém quem?, texto publicado num jornal do Rio de Janeiro ou de Porto Alegre em 20 de novembro de 2011.

Filosofando sobre aquele tão familiar pensamento do "alguém tem que fazer alguma coisa" ela fala de mim e de você que, por arrogância ou egoísmo, nos anunciamos muito capazes, mas quando a teoria necessita ser posta em prática, somos os primeiros a transferir responsabilidades.

Nessa parte do texto, lendo deitada, fechei o livro sobre o peito e fiquei lembrando da imagem da pouca água lá no fundinho do poço. Somos cinco adultos morando no sítio e ainda temos direito ao espaço, ao ar, ao céu e à natureza que, segundo Sebastião Salgado, a maioria das pessoas já perdeu. Além disso (e por causa disso), ainda preservamos um pouco do nosso instinto e interagimos com a natureza tentando nos integrar sempre mais e entendê-la.

Talvez muitos dos moradores das cidades já tenha se dado conta de sua responsabilidade no uso correto da água que chega às torneiras, mas certamente muitos ainda transferem responsabilidades dizendo que alguém tem que fazer alguma coisa. Quando se mora numa comunidade enorme, onde é impossível acompanhar tudo o que acontece na cidade - e eu passei a maior parta da vida em lugares assim - acho que a gente tem a sensação de que existe ali uma infra-estrutura pronta para nos servir seja lá qual for a nossa demanda. É muito comum ouvir gente dizendo "eu pago, eu tenho direito". Isso, aliás, acontece muito em relação a lixo: "eu pago os impostos que pagam os salários dos varredores de rua, então quando jogo lixo no chão eu estou dando emprego a eles". Eu já ouvi isso, juro.

Basta a gente se mudar para um mini lugar, onde está nas nossas mãos o controle de tudo o que entra ou sai, funciona ou quebra, tem ou falta, que a gente percebe a responsabilidade de cada um no funcionamento do todo. Somos cinco aqui pra dividir aquela aguinha no fundo do poço. Se usarmos com inteligência e educação, vai dar pra hoje e pra amanhã. Se bater um egoísmo, acaba hoje mesmo para as pessoas, os animais e as plantas, que são o comércio que nos sustenta. E aí toda a engrenagem emperra.

O raciocínio e o funcionamento são os mesmo numa pequena, numa média ou numa grande comunidade, e certamente todo mundo já sabe disso. O que falta é se perceber responsável, ao invés de esperar que alguém faça alguma coisa, e usar com muito respeito aquilo que garante a sobrevivência da nossa espécie.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Banco do Brasil e o saquinho de jornal para lixo


Neste final de semana, folheando a revista Veja de 20 de junho do ano passado, por acaso encontrei anúncio do Banco do Brasil ensinando a fazer o saquinho de jornal, lançado por esta que vos escreve em 6 de dezembro de 2009.

 
Mais uma vez fiquei orgulhosa pela grande aceitação da ideia, mas triste pela ausência de crédito da fonte, uma vez que até as legendas das ilustrações são praticamente iguais às minhas. Clique aqui para ver a postagem original e compare.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Maus alunos



A grande revelação do domingo foi a notícia de que os supostamente bem educados jovens brasileiros da classe média alta foram pegos no pulo. Ou melhor, no lixo.
O jornal Folha de São Paulo encomendou à Inova, empresa que faz a limpeza das ruas da zona noroeste da cidade, um levantamento do lixo recolhido nos principais locais de balada dos bairros Pinheiros e Vila Madalena.

O resultado é de cair o queixo: em alguns endereços o total de sacos de lixo do final de semana corresponde a até 75% do coletado durante os dias úteis. Na rua Wisard, por exemplo, no período de 22 a 28 de setembro último, 171 sacos foram enchidos com o lixo de segunda a sexta-feira, enquanto 128 sacos foram necessários para recolher o lixo gerado apenas no sábado e no domingo.

Anrafael Vargas, diretor da Inova, diz que a maior parte do material é copo descartável, bituca e maço de cigarro, guardanapo de papel e garafa long neck. "Tem pouco alumínio porque os catadores recolhem as latinhas", diz ele. Alguns bares têm lixeiras do lado de fora e varrem diversas vezes por noite, mas ainda assim a empresa de limpeza pública tem muito o que recolher quando amanhece o dia.

Quem sai do bar para fumar está mais do que acostumado a jogar bituca de cigarro no chão. Eu sei como é, também já fumei e já fiz assim. Bituca se arremessa longe, num peteleco caprichado que todo fumante sabe dar. Ou então é esmagada pela ponta do pé fazendo voltinhas, para ter certeza de que ficou bem apagada. Afinal, acessa é perigosa, mas apagada no chão tudo bem.
Já os que bebem em pé na calçada colocam cuidadosamente seus copos e garrafas vazios nos cantinhos das paredes ou na guia, já que seria feio arremessá-los por aí. Vidro quebra, machuca os outros, não é legal. Mas colocadinho no chão com cuidado, que mal tem?

No dia seguinte, sobra no chão a vida real. Um rastro de falta de educação que o charme e o papo animado da noite anterior não conseguem negar. Os que jogaram tudo aquilo na rua não puderam interromper por um instante a piada para caminhar até a lixeira. Ou, em casos de ainda mais conseciência e empenho, para questionar ao garçom "O bar não tem uma lata de lixo do lado de fora? Onde eu posso jogar isso?"

É chato começar a semana assim, com a triste constatação de que nem aqueles que têm livre acesso à "boa educação" estão fazendo o seu dever de casa.

Para ler a reportagem completa da Folha de São Paulo, clique aqui. E para ver mais números, confira a seguir a tabela produzida pela Folhapress.



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fazendo a minha parte


Prezados fabricantes de absorventes higiênicos,

Em meu último ciclo menstrual me propus a juntar todo o material de embalagem descartado para o uso dos absorventes higiênicos e fiz uma foto, que envio aos senhores junto com esta mensagem. Será que seis dias de menstruação precisam mesmo gerar o descarte de tanto papel e plástico?

Não faz muito tempo um ciclo menstrual não produzia tanto lixo. Eu me lembro de, ainda criança, ver os absorventes higiênicos de minha mãe embalados em caixa de papel ou saco plástico simples, e só. Vinham todos abertos, sem os saquinhos de embalagem individual e as fitas de hoje em dia.

O conforto dos absorventes higiênicos atuais nem sem compara ao uso das antigas toalhinhas íntimas, mas creio que as embalagens estão um pouco além da conta. Não se encontra mais no mercado um único tipo de absorvente que não esteja embalado individualmente. A mulher moderna tem sido levada a produzir um lixo com o qual não necessariamente concorda, por falta de opção no mercado. Entendo a questão da praticidade de levar na bolsa um absorvente embalado individualmente, mas todos precisam ser fabricados assim? E se, em cada pacote, contássemos com duas ou três unidades embaladas e as outras abertas? Ou então uma pequena bolsa ou envelope reutilizável onde se coloque os absorventes que serão levados para o trabalho, por exemplo?

A título de curiosidade, dispus em cima de uma superfície todo o material descartável que aparece na foto anexa e pude constatar que, um ao lado do outro, os plásticos e papéis cobrem uma área de exato meio metro quadrado. Considerando a média de 480 ciclos menstruais na vida de uma mulher, o material descartado por cada uma de nós durante nossos 37 anos de fase fértil é suficiente para cobrir 240 metros quadrados de uma área qualquer. Isso significa que 29 mulheres cobrem a grama de um campo de futebol com o descarte de suas embalagens de absorvente (sem contar os próprios absorventes, claro). E somos mais de 97 milhões de mulheres no país!

Entendo que se trata de material potencialmente reciclável, mas assim mesmo questiono a necessidade do uso de matéria prima e da mobilização de todo um processo industrial para produzir algo que pode (e deve) ser evitado.

Por isso pergunto: qual dos fabricantes será o primeiro a tomar a corajosa iniciativa de dar um passo a frente, voltando atrás na maneira de embalar absorventes higiênicos e, consequentemente, poupando o meio ambiente da extração de matéria prima e do descarte de materiais? Estou certa de que oferecer a opção de absorventes sem embalagem individual, informando a consumidora de que a iniciativa poupa os recursos naturais do planeta, demonstra clara preocupação com a sustentabilidade, o que acrescenta à imagem da empresa ainda mais credibilidade, além de ter imenso caráter educativo.

É tempo de fazermos nossa parte, empresas e consumidores, porque se não valorizarmos o ambiente, poderemos acabar trocando ganhos do capital financeiro por perdas do capital ambiental. Ambiente e economia não são diferentes. Tratá-los como se o fossem é a receita mais certa para o desenvolvimento insustentável.*

Atenciosamente,
Juliana Valentini
www.deverdecasa.com

*Blueprint for a Green Economy de David Pearce, Anil Markandya e  
  Edward B. Barbier. Earthscan Publications, 1989


Carta enviada à Johnson & Johnson, Kimberly-Clark e Procter & Gamble, os três principais fabricantes de absorventes higiênicos no Brasil.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Reaproveitando, sempre

 
Um saco de 15 kg de ração de cachorro e algumas embalagens de chocolate foram retalhados esta manhã e transformados em etiquetas de identificação para mudas de árvores nativas.
Normalmente, numa venda de mix de espécies, algumas mudas de cada lote vão indentificadas com nome popular e/ou científico, conforme o que quer o cliente.
Como estamos em tempos de economia, reaproveitamento e reciclagem, temos pensado todas as ações do viveiro de maneira que gastem o mínimo possível de material novo, além de priorizar os recicláveis, os reciclados, e ainda gerar quase nada de lixo. Por isso tudo, deixamos de comprar etiquetas de identificação e criamos as nossas próprias.

Neste caso, quase qualquer embalagem plástica flexível serve, desde que tenha uma superfície onde se possa escrever com caneta para retroprojetor. Já tentei usar papel, mas com algumas chuvas ele se desmancha ou rasga quando se engancha em qualquer coisa.

Para que o serviço fique limpo, bem feito e a indentificação dure o máximo possível, abri as embalagens cortando fora as soldas e acabamentos, lavei a face de dentro com buchinha e sabão de coco (para tirar restos de alimento e a oleosidade, que impede a fixação da tinta permanente) e daí cortei tudo em tiras. Numa das pontas fiz um corte, assim posso enfiar ali a outra ponta da tira, envolvendo o tronco numa espécie de gravatinha.
Ao cliente, cabe encaminhar o material para reciclagem quando tiver feito seu plantio, suas plaquinhas definitivas e não precisar mais de nossas etiquetas.

E assim vamos reaproveitando materiais e transformando as coisas, gerando menos lixo e reduzindo o uso de matéria prima para novos produtos.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Latas com alça e outras embalagens reaproveitáveis


Mais um upcycle da casa da Mamma: latas de tamanhos variados ganharam alça de folha de flandres e viraram medidores de milho para os gansos e de ração para os bichos da casa.
Os gatos comem a medida certinha da lata menor, dessas de atum, e os cachorros ganham a quantidade da lata grande, de pêssego em calda. Quem fez as alças foi o calheiro, profissional das calhas e rufos para telhado. Cada uma custou R$ 2,50 e, certamente, foi feita com sobra de material. Mais um aproveitamento.

Tem muita lata jeitosinha no supermercado, e um critério de escolha dos produtos na hora da compra pode ser também o aproveitamento da embalagem. Vidros com e sem tampa, como os de requeijão e geleia, já são um clássico e viram copos e porta-parafusos na casa de todo mundo, mas com um pouco de criatividade e adaptação muito mais coisas podem ser inventadas. Às vezes a ideia não vem de imediato, mas passar uns dias olhando para uma embalagem interessante, de material de qualidade ou formato curioso pode ser o que sua imaginação precisa para dar um bom uso a ela.
E assim a gente vai parando de comprar porta-sabão em pó, porta temperos, porta-shampoo, porta-sabonete, porta...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Seminário sobre compostagem na cidade de São Paulo


A cidade de São Paulo está arregaçando as mangas e realiza, nesta sexta-feira 10 de agosto, um seminário sobre compostagem de resíduos orgânicos. Ótima notícia, porque está passando da hora de tratar com mais consciência a questão do lixo. Mas não basta que só a administração municipal mexa seus pauzinhos, é preciso que toda a população se engaje na causa e participe de verdade, com conhecimento e plena responsabilidade.

Você pode começar a fazer sua parte indo ao seminário. É uma pena que seja num dia de semana, mas se puder comparecer, aproveite; a oportunidade é das melhores para assistir profissionais de órgãos públicos e gente que agita o terceiro setor trocando experiências e analisando a melhor maneira de colocar a mão na massa. Afinal, em algum momento a coisa tem que começar, e tomara que seja já!
O evento é gratuito mas é necessário inscrever-se. Clique aqui e preencha a ficha para formalizar sua presença.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Os 5 primeiros passos da formiguinha consciente


As duas perguntas que mais tenho respondido em entrevistas para matérias de jornais e revistas são:
  • Quais são as atitudes sustentáveis imprescindíveis que as pessoas devem adotar urgentemente?
  • Como cada um de nós pode fazer a sua parte?
Convicta que estou, respondo sempre começando com:

Antes de mais nada, é fundamental sentir-se parte de um todo (e não dono de tudo) e entender que temos responsabilidades para com nossas ações, porque todas elas têm efeitos e consequências no meio ambiente. É preciso ter consciência da necessidade de mudança de atitude para então comprometer-se com ela, porque sem um sério comprometimento, logo a falta de hábito, algumas dificuldades e um pouco de preguiça põem a perder toda a disposição de mudar.

Depois, faço uma listinha básica de atitudes urgentes que devem ser adotadas por cada formiguinha do planeta:

  • CONSUMO CONSCIENTE. O valor em dinheiro não pode ser mais o único critério de desempate na escolha de bens de consumo. É preciso avaliar também, no momento da compra, critérios de produção, escolha de matéria-prima, eficiência e aproveitamento do material da embalagem, reciclabilidade e a real necessidade do produto
  • RACIONALIZAÇÃO DAS COMPRAS DE ALIMENTO. Mais da metade do lixo produzido no Brasil é composto por matéria orgânica, e grande parte dela é de restos de alimento. Estima-se que residências e restaurantes joguem fora cerca de 40% de toda a comida que adquirem. É importante fazer compras menores, mais planejadas e aproveitar melhor os produtos
  • USO RACIONAL DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA. Pensar na melhor maneira de usar a água cada vez que se abre a torneira, apagar luzes e desligar equipamentos que não estão sendo utilizados são os primeiros passos para a economia desses recursos. Substituir lâmpadas incandescentes e aparelhos de alto consumo de energia elétrica também são ações importantes
  • SEPARAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. Empenho na separação do que pode ser reciclado deve virar um hábito. É cada vez maior o número de usinas de reciclagem de papel, vidro, metal e plástico, esses materiais têm grande valor no mercado e a população deve fazer a sua parte encaminhando corretamente embalagens e produtos usados, além de cobrar dos municípios a coleta seletiva de lixo
  • MUDANÇA DE HÁBITOS DE TRANSPORTE. Abrir mão do automóvel e usar o transporte público pelo menos alguns dias da semana pode ajudar bastante a redução do uso de combustíveis fósseis e consequentemente as emissões de gás carbônico nas cidades. É comum que a população que se locomove diariamente de carro tenha resistências com relação a essa mudança por questões de praticidade e conforto, mas em alguns casos é bastante frequente que, depois de experimentá-la, descubra-se que o transporte público não é tão ruim e incômodo quanto se pensava

Para quem não está acostumado com nenhuma das atitudes sugeridas acima esse pode parecer um pacotão difícil de carregar, mas uma coisa é certa: uma vez que as mudanças de hábitos se tornem atitudes normais e estejam completamente inseridas no dia a dia, é um caminho sem volta.
Ou você tem algum conhecido ex-consciente e ex-comprometido?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Reconheça firmas e descarte baterias


Para quem pensa que o interior anda a passos mais lentos do que as grandes capitais, a notícia é que em Holambra, uma pequena cidade de 11 mil habitantes próxima a Campinas, já são muitas as iniciativas de mudanças de hábitos e atitudes sustentáveis.

O cartório da cidade - que aliás já ganhou prêmio pela qualidade do atendimento - supostamente não tem a função de coletar materiais descartados, mas tomou a iniciativa de oferecer aos seus clientes a oportunidade de entregar baterias usadas e celulares aposentados para que sejam encaminhados ao destino correto.

Com este tipo de iniciativa do comércio fica cada vez mais fácil organizar o descarte de lixo da população, que tem à disposição diversas opções de pontos de entrega de seus rejeitos. Sem falar que a simples presença de um coletor de baterias também faz sua parte educativa.

Se você é proprietário ou empregado de um comércio com grande circulação de clientes ou frequenta um lugar assim, que tal sugerir a adoção de iniciativas como essa? Facilitar a logística do descarte de lixo e material reciclável também é uma maneira de fazer a sua parte.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Falta atenção, respeito ou bom senso?

Ficar ligado ao que acontece à nossa volta também é parte do processo de desenvolvimento de uma bela e verde consciência crítica. Pensar na melhor maneira de fazer as coisas e na real necessidade de produtos e embalagens é matéria das faculdades de desenho industrial e engenharia de produção, entre outras, mas também deve fazer parte do dia a dia de cada um de nós em todos os momentos da vida.

Não sei bem quando começou a moda, mas de uns tempos para cá a preocupação em manter canudos e guardanapos de lanchonete livres de qualquer contato antes que cheguem ao consumidor final tem ultrapassado as fronteiras do bom senso. Quantas dores de barriga terão sido evitadas (ou mesmo vidas terão sido salvas) depois que se começou a embalar canudos individualmente e guardanapos de dois em dois? Essas embalagens são mesmo necessárias ou estamos lanchando no terreno do desperdício?


Alguns supermercados também mostram que ainda não acordaram para a realidade de que cada um tem sua parte a fazer, e é no setor de hortifruti onde identifica-se as redes que continuam achando que a responsabilidade é dos outros. Ervilhas que o digam.

Muito se fala em evitar o desperdício e o uso irresponsável de matérias-primas, mas as balanças de frutas e legumes são as maiores testemunhas de lojas e consumidores que ainda hoje embalam um mamão papaia, dois limões ou um cacho de bananas em sacos plásticos de 3 litros.
Por quanto tempo ainda será necessário repetir?

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Upcycle. Faça a sua parte


Muita gente tem vergonha de garimpar objetos descartados em "lixos" e caçambas de entulho por aí, mas os corajosos que já adotaram essa prática têm produzido coisas super úteis e bonitas com um pouco de visão e habilidade manual.
A receita é nem ligar se estão te olhando na rua e passar um tempo observando o que pode ser reaproveitado, com a cabeça aberta para reconhecer potenciais e deixar a criatividade trabalhar.

Ontem, o almoço na casa da Catharine - garimpadora habilidosa e de muito bom gosto - foi cheio de ótimos exemplos. Na primeira foto deste post, a mais recente adaptação: um suporte de alguma coisa, encontrado no lixo do condomínio, foi lixado, pintado e transformado em pendurador de parte da coleção de suculentas, que já há tempos mora nas casquinhas de coco produzidss lá mesmo, no quintal.
Essa, aliás, é uma história a parte. Catharine colhe os cocos do pé e os pendura para secar. Quando estão no ponto, quem faz a limpeza das cascas secas é o Marley, cruzamento super feliz e inteligente de Labrador com vira-lata. Marley rói coco por coco, tirando todas as fibras e deixando sobrar só a parte dura. Depois é só abrir, limpar por dentro e furar o fundo, para o escoamento da água das regas.
Infelizmente fico devendo a foto do Marley trabalhando, que deve ser a melhor parte desse processo de beneficiamento dos cocos!

Na foto abaixo, a horta de temperos plantada dentro de recipientes descartados de filtro de piscina. Os tambores iam para o lixo (reciclagem, provavelmente), mas foram recuperados a tempo e cortados ao meio, rendendo ótimos vasos de 50 litros cada um.


E por lá as plantas, além de lindas, estão sempre em suportes bonitos e criativos. Abaixo, a Phalaenopsis sp. dentro de um cesto de fibra natural e, na última foto, uma Oncidium sp. plantada numa bainha de folha de palmeira.
Por falar nisso, já mostrei um outro exemplo de aproveitamento de bainhas, aqui.



Esses, aliás, são exemplos perfeitos de UPCYCLE, um conceito criado recentemente no mundo da reciclagem. To upcycle significa produzir uma coisa a partir de outra, dar um novo uso a um objeto usado e descartado. Dessa maneira não se desperdiça algo que já foi produzido e economiza-se na produção de um novo produto. É um jeito de reduzir a geração de lixo e evitar um novo gasto de matéria-prima e energia de produção*.

Só para lembrar, o upcycle é diferente da reciclagem, que é o rebeneficiamento de matéria-prima que novamente abastecerá o processo de produção de algo. Por exemplo: latinhas de alumínio que são derretidas para produção de novas latinhas de alumínio ou de outros produtos feitos a partir de alumínio reciclado, como quadros de bicicleta, esquadrias para janelas, peças para indústria automotiva, obejtos de decoração, etc.

Então que tal olhar em volta de você e dar um passeiozinho por aí de cabeça aberta, procurando oportunidades de "upcyclar" e fazer a sua parte?
Inspire-se nos exemplos!

* Quer ver mais "upcyclagens"? Clique aqui e aqui para ler sobre a construção da minha primeira horta, lá no ínício da história desta Verde Casa, aqui para uma casinha de passarinho também feita de coco e aqui para coleta de água da chuva em tambores reaproveitados.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bombeiros de Crocs


O telefone tocou na noite de sábado trazendo a notícia de que uma árvore do sítio (enorme, 40 anos de idade) estava pegando fogo. Foi o tempo de pegar alguns baldes e sair correndo, de Crocs e roupinha gostosa de ficar em casa, porque quando eu disse "vamos chamar os bombeiros", ouvi o que ainda não sabia: Holambra não tem corpo de bombeiros, então conta-se apenas com a própria torneira e a colaboração de quem estiver por perto e disposto a ajudar.

Trabalhamos por uma hora com pouca pressão na mangueira, enchendo baldes e arremessando água para o alto, e enquanto combatíamos o fogo ouvimos de alguns vizinhos pérolas do tipo "eu passei aqui e vi o fogo há meia hora atrás mas não tinha seu telefone para avisar".
Telefone para avisar??? Por que não buzinou no portão?

As muitas folhas secas do chão fizeram um fogaréu que queimou os primeiros metros da casca do tronco e alguns galhos mais baixos. Conseguimos apagar o grosso e os pequenos focos em pontas de galhos e forquilhas altas foram apagados pelo orvalho. Sorte.

E se você está se perguntando como o incêndio começou, eu conto: um funcionário piromaníaco recolheu folhas do chão, fez um montinho "isolado", colocou fogo, disse que esperou acabar de queimar e foi embora pra casa. Resultado:


Muita gente por aí tem mania de usar fogo para queimar lixo ou mesmo fazer "limpeza" em áreas tomadas por mato, por exemplo, mas está passando da hora de substituir essa cultura da queimada por atitudes mais sensatas. Em um mundo ideal, o material reciclável deve ir para a reciclagem, o orgânico para a compostagem e o que sobrar, para fornos de queima controlada, onde a fumaça que sai é filtrada para não poluir o ar e o calor é transformado em energia para abastecer lâmpadas, aquecedores e coisas do gênero.

Um ótimo exemplo de "quero ser assim quando eu crescer" é Boras, cidade na Suécia que joga fora apenas 1% do lixo que produz. Os resíduos gerados por seus 105.000 habitantes têm três destinos: 42% são incinerados e convertidos em energia elétrica, 30% são tratados biologicamente e transformados em combustível e 27% são levados para a reciclagem pela própria população, que se encarrega de separar e levar o material até os postos de coleta espalhados por toda a cidade. Apenas 1% do lixo que sobra é enterrado, porque o imposto para usar o aterro é muito alto.
Esse modelo de destinação do lixo foi iniciado em 1988 (pasme!), com 300 famílias, e é exportado pela universidade local, que presta assessoria de reaproveitamento de lixo para cidades no mundo inteiro, inclusive para as brasileiras Macaé, no Rio de Janeiro, e Sobral, no Ceará.
A experiência deu tão certo que atualmente o município importa detritos da Noruega para gerar mais energia limpa e no futuro tem planos de investir na eliminação total dos combustíveis fósseis (informações da Revista Veja - Especial Sustentabilidade, dez/2011).
Não é demais?

quinta-feira, 29 de março de 2012

De Verde Casa na revista Ana Maria, da editora Abril

Pelas mãos da querida Bia Levischi a revista Ana Maria publicou, na semana passada, matéria sobre o saquinho de jornal para substituir as sacolinhas plásticas nas lixeiras. Com texto super objetivo e as imagens do passo a passo recortadas do post original do saquinho, as mais de 1 milhão de leitoras semanais da revista poderão, a partir de agora, fazer seu dever de casa.
Só agredecimentos à jornalista e à revista, super competentes e respeitosas, que mencionaram de forma corretíssima os créditos e o endereço do blog.
Um beijo enorme de obrigada!




sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Menos sacolinhas e menos saquinhos também!

Uma das ótimas surpresas da mudança para o interior foi a descoberta de que nos supermercados daqui já há tempos não se esbanja sacolas plásticas.
Além de ser muito mais comum do que em São Paulo ver compras embaladas em sacolas retornáveis, aqui economiza-se também aquele saquinho de embalar vegetais a granel nos setor de hortifruti.
Clientes e funcionários estão mais do que acostumados a lidar com frutas e legumes dentro de um mesmo saco plástico. O que se faz é pesar cada item separadamente, claro, e então o próprio funcionário da balança vai colocando tudo dentro de um só saquinho e juntando as etiquetas, que são passadas individualmente no leitor do caixa.
O que também se vê muito por aqui é gente abolindo de vez o saquinho plástico e colando a etiqueta direto no vegetal (ou em um "representante" do grupo). Uma vez que tudo é lavado ou descascado, não há prejuízo para a saúde.
No fim das contas, quando isso deixa de ser novidade, a vida segue exatamente como seguia antes de inventarem o plástico. E nós, mais do que adaptados, nem nos lembramos mais que um dia tivemos hábitos diferentes.
Experimente. No começo pode parecer estranho, mas você não vai se arrepender de ter aderido!
Ou você conhece alguém que tentou, não gostou e voltou atrás, enchendo outra vez o lixo de embalagens descartáveis?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Embalando com criatividade

Quem disse que embrulho de presente tem sempre que ser feito com papel de presente?
Use a criatividade e reaproveite aquele retalho de tecido guardado há anos, o papel de seda colorido que sobrou de uma embalagem, a caixinha de papel craft bem sacada que veio protegendo a câmera fotográfica...
Hoje, no final da tarde, uma amiga querida vai ganhar o presentinho da foto. Aproveitei um sacão de juta que não me lembro mais o que era, cortei uma tira comprida e simplesmente enrolei o mimo, sem dobras nem durex nas laterais.
Claro que um laço bem feito é fundamental para dar o acabamento e o toque caprichado que toda amiga merece.
E para tornar o pacote ainda mais ambientalmente correto, a juta pode ser picada e jogada no jardim em meio às plantas. Em poucas semanas passará por processo de decomposição e será rapidamente incorporada à terra, servindo como adubo. Suas fibras vão voltar para onde vieram, afinal são retiradas de uma planta chamada Corchorus capsularis, populamente conhecida como.... juta! Assim como o algodão, o tecido leva o mesmo nome da planta.
Então esta é ou não é uma embalagem ecológica?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

É preciso acreditar!

Se você estava acostumada com "um copo americano para uma máquina cheia" e anda tendo dificuldade em acreditar que "uma tampinha basta", então somos duas.
Tenho dado prioridade a sabão concentrado para lavar roupas, baseada no fato de que "rende o mesmo que dois quilos de sabão em pó" e tem volume menor, embalagem menor e consequentemente ocupa menos espaço no transporte da fábrica ao supermercado, então economiza combustível, mas ando brigando comigo mesma na hora de adicionar o sabão à máquina, já que me toma uma vontade irresistível de colocar só mais um pouquinho.

É que para quem usava um copo cheio de pó, colocar só uma tampinha de líquido parece pouco, muito pouco.
Mas é preciso acreditar, cara amiga dona de casa! Liberte-se dos seus antigos hábitos e acostume-se a uma nova medida. Você vai conseguir (e eu também)!
Coloque-se no lugar da sua avó, que lavava roupa no tanque, esfregando cada peça com uma barra de sabão feito de banha, até que um dia falaram pra ela que um copo americano daquele pó azulado faria o mesmo serviço dentro de uma máquina que funcionava sozinha.
Que cara você acha que ela fez?

Pois bem vinda aos tempos modernos! Finalmente a indústria deixou de vender volume de sabão e passou a caprichar no princípio ativo, então faça a sua parte e acredite.
Aproveite também para trocar o detergente de louças e a cera para o piso, que antes vinham cheios de água, pelas novas opções mais concentradas. Já está tudo disponível no mercado, falta só o consumidor prestigiar.

E só pra não dizer que melhorou muito, ainda acho que as embalagens poderiam ser menos caprichadas. Isso mesmo: embalagens piores. A do sabão de roupas da foto acima, por exemplo, pesa vazia quase o mesmo que o produto que saiu lá de dentro. Se houvesse refil, esse mesmo frasco passaria de mão em mão pelas próximas 3 gerações da minha família, tamanha a qualidade e espessura do material.
Para usá-lo apenas por um mês e depois encaminhá-lo para a reciclagem, eu ficaria mais feliz se ele fosse mais fino, mais mole, mais leve...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Para que isso?

Na contramão das tendências, as agências de marketing e publicidade resolveram que é tempo de empacotar toda e qualquer correspondência em saquinhos plásticos. Resultado: junto com cada mala direta que eu não pedi para receber, vai para o lixo também uma embalagem que é a mais pura representação do desperdício.
E antes que alguém justifique o envólucro dizendo que é para proteger a correspondência da chuva, gostaria de dizer que minha caixa de correio é fechada e que estamos no inverno, época em que chove em São Paulo uma vez a cada 20 dias, se tanto.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cada um fazendo a sua parte

Dia desses encontrei no lixo comum uma embalagem de tinta em spray.
Fui atrás de quem jogou, querendo saber:

- Por que o spray de tinta não está no lixo reciclável?
- Latinha de spray não é reciclável, é?
- Você procurou alguma indicação na lata?
- Não, mas acho que não tem.

Esse é o tipo de situação que mostra que ainda falta um tanto para que todos se conscientizem e sem empenhem em encaminhar cada tipo de material para o seu destino correto.
A resposta "não, mas acho que não tem" é exemplo claro de que não sabe, não procurou descobrir e tomou qualquer decisão.

Por outro lado, é interessante aproveitar a situação para algumas análises:
- a latinha de tinta em spray não mostra o símbolo da reciclagem, aquele triângulo formado por três setas.
- a indicação "aço reciclável ecológico" está escrita de maneira discreta, sem chamar atenção para a palavra "reciclável".
- a informação é muito pequenininha, na lateral da embalagem.

Enquanto se trabalha para educar o consumidor a respeito de sua responsabilidade em destinar corretamente o lixo que produz, porque as empresas não aproveitam para informar mais claramente que já estão trabalhando com materias ecologicamente corretos?
Ao invés de simplesmente cumprir a lei e imprimir pequenininho na lateral ou no verso da embalagem as informações obrigatórias sobre sustentabilidade e reciclagem, por que não chamar a atenção do consumidor para essas questões e divulgá-las claramente, dando destaque e importância?
Tenho certeza de que seria um diferencial no mercado e serviria como critério de desempate na hora da compra, influenciando quem está em dúvida entre duas marcas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Empresa cara-de-pau

Este aí acima é um frasco de comprimidos quase no final, certo?
Errado. Ainda não foi nem aberto.
E a trouxa que caiu no golpe da empresa cara-de-pau fui eu mesma.
Iscra, minha gata mais velhinha, precisa tomar comprimidos de complexo B. Fui à farmácia e logo no começo da pesquisa de marcas eu já estava assustadíssima com os preços.
Mas paciência, precisa tomar então pronto.
Entre todas as opções, este era o frasco maior de todos e o único com 100 comprimidos.
Como não conhecia nenhuma das marcas disponíveis, comparei quantidades e valores e optei pelo maior mesmo, que oferecia mais comprimidos pelo menor preço, proporcionalmente falando.
Chegando em casa, abri a caixinha de papel e percebi que caí feito pata no velho golpe da embalagem grande que chama mais atenção na prateleira, faz parecer que o produto é maior e por isso vale quanto custa.
Tá certo que eu tive o cuidado de comparar quantidades e preços, mas a intenção da empresa ao optar por uma embalagem deste tamanho é ganhar o distraído que acha que "esse custa mais caro mas é maior".
Ou não???
Será que eles se enganaram???
Dá raiva, porque 3/4 do frasco estão embalando atmosfera, é um desperdício de plástico e eu ainda paguei por isso! Sem falar na caixa de papel que vinha escondendo o frascão quase vazio.
A empresa que fabricou e embalou os comprimidos fica nos EUA, país que tem um código de defesa do consumidos famoso por não permitir esse tipo de "enrolation". E a que importa e distribui a marca no Brasil também não parece estar muito preocupada com isso, já que os representa por aqui.
E na hora de colocar a palavra Naturals no rótulo, será que também foi com a intenção de chamar a atenção porque "pega bem", porque as pessoas atualmente estão preocupadas em se cuidar de maneira mais natural, etc?