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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Lixo no quintal dos outros é refresco


Nada como ter o problema perto, muito perto de você, para tratá-lo com seriedade.

A área rural onde moro fica a 3 km do centro da cidade. É perto, e isso me agrada porque não é preciso fazer longas viagens para ir ao banco, ao supermercado e outros lugares onde a gente vai sempre. Mas na nossa porta não passam o carteiro nem o lixeiro. O problema da correspondência é facilmente resolvido com o aluguel de uma caixa postal na agência da cidade, mas o do lixo…

A solução é a mesma de quando não existia lixeiro passando na porta de ninguém: um buraco no quintal. Cava-se o mais fundo possível e no entorno da boca do buraco vai uma paredinha de tijolos, para evitar o acesso de ratos e cachorros. Algo de 80 cm de altura. Nos mais de 60 anos em que existe o sítio, o buraco do lixo já foi em diversos lugares. Isso porque com o passar do tempo ele vai enchendo, e um dia é necessário encerrá-lo para abrir um novo.

Se tivéssemos visão de raio X passearíamos pelo jardim enxergando um museu de tudo o que já foi descartado aqui. Felizmente, há 50, 60 anos não eram tantas as embalagens de plástico, e latas de diversos tipos normalmente eram reaproveitadas para outros fins, então muito do que foi enterrado provavelmente já se decompôs e está reintegrado à natureza.

Hoje é que o bicho, ou melhor, o lixo pega. Separamos para reciclagem tudo o que é possível, mas acontece de aparecer uma embalagem sem identificação de tipo de material (o número dentro do triângulo de setas) ou algo tão sujo e engordurado que não pode ser reciclado. Uma embalagem de queijo parmesão, por exemplo, que tem tanto óleo que até escorre. E aí, quem tem coragem de simplesmente jogar aquilo no buraco do lixo, sabendo que o plástico leva 400 anos para se decompor? Enterrar resolve? O que os olhos não vêem o coração não sente?

Uma coisa é transferir o problema para o lixeiro - aquele incrível mágico ilusionista que passa de porta em porta fazendo tudo desaparecer -, outra coisa é ser responsável por cada coisinha que você enterra a 40 metros da sua cozinha, embaixo das plantas bonitas que escolheu a dedo e plantou com as próprias mãos. No fundo é tudo a mesma coisa, o plástico estará enterrado aqui ou no lixão, mas a responsabilidade de cuidar daqui me mobilizou ainda mais.

O resultado é que as experiências e os desafios vão nos aperfeiçoando, e que bom que é assim. Cada vez compro menos coisas embaladas, menos comidas industrializadas, menos glutamato monossódico, e tenho feito mais pães, bolos, biscoitos, arroz, feijão, sopas a partir de vegetais frescos… e no fim das contas não só nós somos beneficiados com toda essa comida de verdade, mas o lixo também. Sobram mais cascas e menos pacotes. Mais matéria orgânica compostável e menos embalagens.

Nos casos de pacotes recicláveis porém engordurados demais, em respeito às usinas que recebem o material que separamos tenho lavado tudo com água e bastante sabão de coco. Não dá trabalho nenhum e torna aproveitável a matéria prima já processada. E não venham me dizer que eu gasto mais água na lavagem do que a usada na produção de um pedaço de plástico novo, porque não é só isso que está em jogo. O pedaço de terra que está sob minha responsabilidade agradece. O seu aterro sanitário também agradeceria.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Um poço caipira, o Sebastião Salgado e a Martha Medeiros


Demorou um pouco mais do que em outros lugares do interior de São Paulo, mas a água aqui no sítio também já começou a rarear. Toda a nossa água vem de um poço caipira de 6 metros de profundidade que nos abastece regiamente durante todo o ano. É água límpida, gostosa, que sempre dá e sobra. Mas agora falta.

Nesta segunda-feira, pela primeira vez neste inverno, o nível da água desceu mais de um metro, e conforme nosso consumo aumenta (nos dias de irrigar as mudas do viveiro de árvores, por exemplo) ele desce ainda mais um pouco, chegando quase à pontinha do cano da bomba. Se a gente bobear, ela puxa ar.

A solução foi colocar uma boia que liga a bomba quando os lençóis freáticos abastecem o poço e desliga a sucção de água quando o poço esvazia. Isso quer dizer que às vezes nossa caixa d'água enche, outras não. Isso quer dizer que às vezes tem água pra tomar banho, às vezes não. E o mesmo pra regar as plantas, lavar a louça, a roupa, escovar os dentes…

No início da semana terminei de ler Da minha terra à Terra, livro em que o famoso fotógrafo Sebastião Salgado conta sua história de vida e sua experiência trabalhando ao redor de todo o mundo, de áreas de grandes mazelas sociais, como muitos países da África, a lugares de paisagem inesquecível, paraísos na Terra. Todo o texto é muito bonito e cheio de reflexões sobre o mundo e a raça humana, mas o que mais me tocou foi a reflexão ao final, na conclusão, onde ele diz algumas coisas importantes:

- … o homem das origens é muito forte e muito rico em algo que fomos perdendo com o tempo, tornando-nos urbanos: nosso instinto.
- Vi o que éramos antes de nos lançarmos à violência das cidades, onde nosso direito ao espaço, ao ar, ao céu e à natureza se perdeu entre quatro paredes. Erguemos barreiras entre a natureza e nós. Com isso, nos tornamos incapazes de ver, de sentir…
- Se em meu livro Trabalhadores fiquei orgulhoso por poder mostrar que somos um animal incrivelmente engenhoso na capacidade de produção, também vi que, em nossa maneira de viver, fizemos de tudo para destruir aquilo que garante a sobrevivência de nossa espécie.

Depois de terminar esse livro andei folheando A graça da coisa, da Martha Medeiros, espetacular coleção de crônicas guardada na minha estante entre outros livros dela, lidos sempre com muito prazer. Na página 40 está Alguém quem?, texto publicado num jornal do Rio de Janeiro ou de Porto Alegre em 20 de novembro de 2011.

Filosofando sobre aquele tão familiar pensamento do "alguém tem que fazer alguma coisa" ela fala de mim e de você que, por arrogância ou egoísmo, nos anunciamos muito capazes, mas quando a teoria necessita ser posta em prática, somos os primeiros a transferir responsabilidades.

Nessa parte do texto, lendo deitada, fechei o livro sobre o peito e fiquei lembrando da imagem da pouca água lá no fundinho do poço. Somos cinco adultos morando no sítio e ainda temos direito ao espaço, ao ar, ao céu e à natureza que, segundo Sebastião Salgado, a maioria das pessoas já perdeu. Além disso (e por causa disso), ainda preservamos um pouco do nosso instinto e interagimos com a natureza tentando nos integrar sempre mais e entendê-la.

Talvez muitos dos moradores das cidades já tenha se dado conta de sua responsabilidade no uso correto da água que chega às torneiras, mas certamente muitos ainda transferem responsabilidades dizendo que alguém tem que fazer alguma coisa. Quando se mora numa comunidade enorme, onde é impossível acompanhar tudo o que acontece na cidade - e eu passei a maior parta da vida em lugares assim - acho que a gente tem a sensação de que existe ali uma infra-estrutura pronta para nos servir seja lá qual for a nossa demanda. É muito comum ouvir gente dizendo "eu pago, eu tenho direito". Isso, aliás, acontece muito em relação a lixo: "eu pago os impostos que pagam os salários dos varredores de rua, então quando jogo lixo no chão eu estou dando emprego a eles". Eu já ouvi isso, juro.

Basta a gente se mudar para um mini lugar, onde está nas nossas mãos o controle de tudo o que entra ou sai, funciona ou quebra, tem ou falta, que a gente percebe a responsabilidade de cada um no funcionamento do todo. Somos cinco aqui pra dividir aquela aguinha no fundo do poço. Se usarmos com inteligência e educação, vai dar pra hoje e pra amanhã. Se bater um egoísmo, acaba hoje mesmo para as pessoas, os animais e as plantas, que são o comércio que nos sustenta. E aí toda a engrenagem emperra.

O raciocínio e o funcionamento são os mesmo numa pequena, numa média ou numa grande comunidade, e certamente todo mundo já sabe disso. O que falta é se perceber responsável, ao invés de esperar que alguém faça alguma coisa, e usar com muito respeito aquilo que garante a sobrevivência da nossa espécie.

sexta-feira, 14 de março de 2014

A filha da mãe


Em noventa por cento do tempo que passo aqui mostrando meus deveres de casa falo de coisas verdes, mas acredito que não só dessa cor são nossas tarefas e obrigações, por isso também tenho vontade de, às vezes, contar outras experiências.

Cresci ouvindo minha mãe dizer que a gente tem a obrigação de reclamar dos serviços que não nos atendem bem. Durante a adolescência me lembro de alguns momentos em que desejei que o chão se abrisse e eu sumisse dentro do buraco: era só minha mãe ameaçar chamar o gerente e eu tinha certeza de que pagaria mico - aliás, mico é expressão e sensação característica daquela longa fase dos 12 aos 20 anos, quando a gente acha que o certo e o bonito é ser e fazer tudo igual a todo o mundo, mesmo que estejam todos errados. 'Inda bem que um dia isso passa. Virei gente grande e, bem educadinha que fui, fiquei igual à mãe.

Na sexta-feria antes do Carnaval tive que ir ao banco e entrar na fila do caixa. Eram duas e meia da tarde da véspera do maior feriado deste país. Éramos 20 pessoas na fila e só duas moças operavam os caixas. Quando não tem solução a gente se conforma e espera, mas aquilo vai irritando, irritando, irritando…

Com a fila andando e eu chegando mais perto do balcão de atendimento comecei a perceber que, além de fazer os saques e pagamentos de contas dos clientes, as atendentes ofereciam e explicavam, a cada um que chegava na boca do caixa, como é o plano de previdência, o seguro de vida, o de carro, o de residência… Não bastasse a quantidade de gente na fila para apenas dois caixas abertos, e o banco se acha no direito de fazer a coisa demorar ainda mais oferecendo produtos e explicando procedimentos que ninguém pediu pra saber.

Se minha mãe estivesse na fila ela já estaria conversando com os da frente e os de trás e convencendo todo mundo a ir na gerente reclamar. Posso até ouvi-la dizendo "a gente tem que reclamar, porque senão eles pensam que tá todo mundo achando bom o serviço e continuam fazendo esse tipo de absurdo com o cliente. Quando só um reclama tem menos efeito do que quando todos reclamam".

Só que era eu ali, então não houve a mobilização dos enfileirados - isso é coisa de cliente profissional e eu ainda preciso me aperfeiçoar. Mas depois de ser atendida fui à gerente reclamar. Disse que não era uma reclamação contra as atendentes, particularmente, mas contra a política do banco que cobra intensivamente dos funcionários o cumprimento de metas de venda de produtos. Sei disso porque conheço gente que saiu do banco por não aguentar a pressão.

Para minha surpresa a gerente fez cara de "concordo plenamente com você" e logo foi pedindo a abertura de mais um caixa. Pena que eu tive que reclamar para isso acontecer. Depois disso fui embora e até hoje ainda não tive que voltar à fila, mas naquele dia saí do banco com a sensação boa de ter reclamado de um abuso, de ter exigido ser respeitada. Só assim as coisas por aqui um dia serão melhores. Porque todos nós sabemos como fica um país quando ninguém reclama e, sem se envolver, engole tudo do jeito que está.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Caçadores de bons exemplos

Imagem do site Caçadores de Bons Exemplos

Comecei a semana com um post na cabeça, mas o dia cheio de tarefas e o e-mail de divulgação de um bom exemplo mudou meus planos, por isso publico aqui uma história super inspiradora, que se não vai nos tirar de casa para uma expedição igual, ao menos pode nos estimular a ver o mundo através dos mesmos olhos.

Curta a história e clique no link, lá no final do post, para conhecer ótimos exemplos descobertos por Iara e Eduardo Xavier.

Caçadores de Bons Exemplos: O casal que percorre o mundo 
em busca de ações transformadoras

Eles poderiam perguntar coisas do tipo: Onde esta o posto mais próximo ou onde fica o hotel da cidade? Mas a pergunta que fazem ao chegar em novos lugares define bem o objetivo do casal que desapegou de tudo o que tinha e caiu na estrada em busca de algo além de ganhar dinheiro, adquirir bens e cuidar da família somente. A pergunta é: Quem faz a diferença nesta cidade?

Caçadores de Bons Exemplos é o nome adotado por Iara e Eduardo Xavier quando começaram a viagem pelo Brasil em janeiro de 2011. “Somos um casal cansado de ouvir notícias ruins. Acreditamos que existem muito mais pessoas do bem do que ações negativas no mundo”, afirmam.

Eles contam que sentiam necessidade de fazer algo maior pelas pessoas, mas não sabiam o que e nem como suprir essa vontade. Então decidiram viajar por cinco anos para conhecer e conviver com exemplos que fazem a diferença pelo Brasil e no exterior. “Precisávamos conviver com pessoas que já fazem isso. Pessoas que pararam de olhar apenas para ‘seu próprio umbigo’ e olham para um todo”.

O carro transformou-se na casa de Iara e Eduardo.
O sonho antigo não precisou de muito planejamento, foram se permitindo e quando viram já estavam na estrada rumo a Minas Gerais, onde encontraram o primeiro bom exemplo e a certeza de que estavam no caminho. “Planejamos muitas coisas para fazer nestes cinco anos, mas o tempo foi modulando e deixando o que realmente importa. Hoje está acontecendo o que precisava acontecer, o resto ficou pelo caminho”, explicam.

O objetivo é percorrer todo o país e o exterior encontrando gente e instituições que fazem o bem e trazem melhorias para a vida das pessoas por meio de ações.  Não estão preocupados em acarretar resultados ou promover grandes transformações e sim se emocionarem a cada encontro e poder compartilhar essa experiência do bem com o mundo.

A vida é uma viagem
“A vida passa rápido, como uma viagem e devemos ficar com as boas lembranças do caminho. Carregar em nossa bagagem não só roupas e matéria, mas sim o que fizemos com o próximo e pelo próximo. Nossa bagagem deve ter muitas fotografias de bons momentos e do bem que fizemos”,explica os Caçadores de Bons exemplos sobre o nome da expedição “A vida é uma viagem” que se tornou filosofia e os acompanham.

Para o casal, bons exemplos são aqueles que transformam. “Bom exemplo para nós é sinônimo de transformação. É aquele que faz algo a mais pela comunidade em que vive. É ir além do limite da comodidade e ‘botar a mão na massa’ para realmente resolver problemas sociais do país."

Na estrada descobriram que o povo brasileiro é caridoso e também acredita na mudança, diferente do que mostra os jornais. “Precisam apenas direcionar a solidariedade para ações menos assistencialistas e mais transformadoras”, dizem.

Para começar a praticar o bem o casal explica que não precisa ir muito longe, basta contribuir com aquilo que estiver ao seu alcance. “Ajude o próximo que está próximo de você! Não estamos falando de assistencialismo, mas sim de transformação de vidas! Coisas ruins sempre irão acontecer, mas, podemos neutralizá-las com ações positivas.”

Como se faz o bem
A única regra seguida pelo casal é não pesquisar na internet sobre projetos. As ações são indicadas pelas pessoas que encontram no caminho. Estão certos de que tudo pode acontecer em um dia. Não há horários para refeições, locais para banhos e nem para o repouso. “A única certeza é que no fim de semana postamos no nosso blog os projetos que encontramos pelo caminho”.

O carro se transformou em morada e foi adaptado a suprir algumas necessidades como panelas e frigobar para as refeições e uma barraca automotiva para repouso quando não são convidados a dormir na casa de algum morador.

O casal fala sobre o que os move a permanecer na estrada durante tanto tempo: “Acreditamos que todo mundo tem o bem no coração. Divulgando estas ações positivas e estes bons exemplos, as pessoas podem fazer o mesmo em suas cidades, transformando-se em multiplicadores ou podem ajudar aqueles que já fazem estas ações.”

A maior dificuldade encontrada pelo casal é a falta de patrocínio e não possuir um banheiro.
A única coisa que realmente acham necessária para realizar uma ação como essa é a vontade de fazer acontecer. “É necessário apenas a força de vontade e acreditar no sonho. O resto é detalhe”.

Muitas são as dificuldades encontradas no caminho, pois apesar de terem vendido tudo que tinham não eram ricos e a falta de apoio e patrocínio tem trazido alguns obstáculos superados com amor e perseverança por eles.  A falta de banheiro também é um das grandes dificuldades encontradas por Iara e Eduardo. “Foi uma mudança radical em nossas vidas”, diz eles.

A semente no caminho
Até o momento já registraram mais 600 boas ações em 133.855 km percorridos por terra, mar e ar, passando pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amapá. "O que nos importa é a ação positiva que as pessoas realizam. Não importa o foco ou religião, o importante é fazer a diferença naquela comunidade”.

O pagamento pela atitude do casal vem em forma de histórias como a de uma senhora que após ler as ações encontradas por eles entrou em contato e disse que se sentia mal por nunca ter feito algo por alguém. Mas que a partir daquele dia confeccionaria enxovais para grávidas carentes. “Quantas pessoas leram sobre os bons exemplos e estão agindo? Talvez nunca iremos saber à proporção que alcançaremos, mas saberemos que a visão de alguns perante o mundo foi mudada”, dizem.

O sonho do casal é fazer uma revista ou livro de cada estado percorrido para catalogar as ações encontradas e distribuir as publicações gratuitamente para motivar mais pessoas a fazer o bem. “Fazer um intercâmbio de idéias positivas entre as regiões. Assim, podemos formar multiplicadores de ações sociais”, dizem.

Quando indagados se uma ação como a deles poderia mudar o mundo a resposta vem com um sorriso. “Sim! Tudo o que o ser humano faz pode mudar o mundo. Então, por que não tentar? Talvez não mudaremos todo o planeta Terra, mas pelo menos “mudamos” o mundo das pessoas que conhecemos pelo caminho. Sabe como? Fazendo com que elas reflitam sobre suas vidas” conclui o casal.
 

Texto da Agência de Notícias do Terceiro Setor

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Banco do Brasil e o saquinho de jornal para lixo


Neste final de semana, folheando a revista Veja de 20 de junho do ano passado, por acaso encontrei anúncio do Banco do Brasil ensinando a fazer o saquinho de jornal, lançado por esta que vos escreve em 6 de dezembro de 2009.

 
Mais uma vez fiquei orgulhosa pela grande aceitação da ideia, mas triste pela ausência de crédito da fonte, uma vez que até as legendas das ilustrações são praticamente iguais às minhas. Clique aqui para ver a postagem original e compare.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Enquanto floresce o ipê roxo...

Milhares de flores se abriram todas de uma vez...

... e o beija-flor nem sabe por onde começar.

Ando aflita esses dias, tentando dar conta de todas as coisas com as quais estou envolvida e chateada por estar atrasada com muitas delas. Ao mesmo tempo não paro de ter ideias boas, de perceber quanta coisa pode ser inventada e realizada. Frequentemente planejo postar sobre algo mas nem chego a escrever e o assunto já fica velho, porque em seguida aparece uma coisa ainda mais interessante.

Nos momentos em que estou assim, ansiosa e ativa, sem nem saber por onde começar as atividades do dia, costumo me lembrar da minha mãe e da D. Clélia - a primeira com 64, recém doutora e pós-doutoranda na USP, e a segunda com 76 anos, farmacêutica ativa por toda a vida – que sempre ouço repetirem que não conseguem entender como tem tanta gente no mundo que reclama de tédio e falta do que fazer, se há tanta coisa interessante nos esperando por aí.

Já faz tempo que me vejo jogando no time delas, me envolvendo com coisas novas mesmo ainda não tendo esgotado as coisas antigas ainda tão prazerosas. É com orgulho que visto essa camisa, e é nesse orgulho de ser curiosa e querer abraçar o mundo que tento pensar quando me perco nos meus afazeres e novas ideias.

Tenho meia dúzia de posts na cabeça esperando para entrar no blog, a horta e o quintal me pedem mais de uma hora de água diariamente, nesses dias de umidade baixa, a atividade profissional tem suas demandas normais, o almoço é preparado por mim todos os dias porque é mais barato e porque assim tenho controle sobre o que me alimenta, aceitei o convite para colaborar num portal sobre plantas e preciso produzir conteúdo novo com frequência, tenho livros imperdíveis me esperando na mesinha de cabeceira, estou fazendo à mão o presente de aniversário do Leleco, sobrinho mais novo que faz um ano em dois dias, já comecei a produzir bandeirinhas de xita, enfeites e brindes para uma festa junina que promete, estou escrevendo um projeto de educação ambiental para apresentar à prefeitura da cidade e outro para uma empresa particular, transformei duas camas de solteiro em sofá em L e ainda falta costurar os encostos, capas e almofadas, a casa está passando por uma pequena reforma e pede faxina pesada assim que acabar a pintura e daqui a pouco tenho reunião da comissão de filmes da qual faço parte, formada depois que sugeri a exibição do documentário Quem se Importa num centro cultural da cidade.

Essas são as atividades às quais já me comprometi. As novas ideias vou contando conforme forem acontecendo, porque ainda estão em desenvolvimento.

Enquanto toco mais algumas pendências por aqui, deixo links para quem quiser me acompanhar e conhecer um pouco de coisas que acho que valem a pena.

- Hoje almocei lobozó, mexidão salvador da Neide, do Come-se, para os dias em que não há mais que 20 minutos para resolver o almoço.

- O livro McGee & Stuckey's Bountiful Container, sobre hortas em vasos, chegou pelo correio faz tempo e até agora só consegui dar umas folheadas, mas já deu pra perceber que é muito bom, valeu a compra.

- O Minhas Plantas nasceu outro dia mas já é o maior portal sobre plantas do Brasil. Carol Costa tem o dedo verde pra escrever e pra escolher colaboradores - modéstia à parte! - e toda essa galera vai dar o que plantar!

- Sobre o documentário Quem se importa já postei aqui, no ano passado, e foi depois de assisti-lo que pensei em promover uma exibição aberta a toda a cidade, porque esse é o tipo de filme que deve ser mostrado ao maior número de gente possível, e então poderemos ter um mundo melhor. No início desse ano procurei o Espaço Cultural Terra Viva, que topou fazer uma sessão gratuita do filme. Cerca de 80 pessoas compareceram e foram recebidas com chopp e pipoca patrocinados, e a partir daí formou-se uma comissão para escolher os próximos filmes, já que de agora em diante teremos sessões abertas a cada dois meses.

Hoje acontece a primeira reunião da comissão, e durante minha pesquisa sobre bons documentários para sugerir conheci pessoas e filmes interessantíssimos para assistir na internet:

Entre rios - a urbanização de São Paulo fala sobre os rios que influenciaram na escolha do local para a fundação da cidade, e depois sobre o processo de canalização desses mesmos rios, que hoje correm escondidos sob o asfalto. 

Nesta apresentação no TEDx São Paulo, Fábio Barbosa, presidente do Santander Brasil, fala de como é importante o que você faz no dia a dia. Na opinião do executivo, é possível fazer negócios cuidando de pessoas. Em certo momento da palestra ele cita um filósofo americano que diz "o que você faz fala tão alto que eu não consigo escutar o que você diz".

Também numa apresentacão do TED, Amanda Palmer, artista americana, conta sua experiência sobre a arte de pedir. Ela tem o recorde de arrecadação de fundos vindos de contribuições particulares através do site Kick Starter, e é da opinião de que as pessoas devem querer pagar pela música, ao invés de serem obrigadas a fazê-lo.

Num pequeno vídeo de 6 minutos, Rubem Alves fala um pouco sobre a Escola da Ponte, em Portugal, onde não há salas, séries, aulas de matérias específicas nem professores convencionais. Sobre essa maneira de ensinar ele escreveu o livro A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir.

E mais um TED, onde o ativista e captador de recursos Dan Pallotta chama a atenção para os princípios contraditórios que baseiam nossa relação com as instituições de caridade.

Escolha seu assunto preferido ou invista algum tempo e assista a tudo. Certamente você terminará a sessão transformado e com novas ideias semeadas na cabeça.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Sobre árvores, crianças, minhocas, geotropismo...


Se sair por aí para plantar árvores já é gostoso, imagine quando a gente leva junto um grupo de crianças de quarta e quinta séries animadíssimas para por a mão na massa. Assim foi hoje de manhã, e todos nós nos divertimos à beça.

Teve repórter e fotógrafo do jornalzinho da cidade acompanhando a meninada, o prefeito, o secretário do meio ambiente, o vereador e mais um tanto de adultos que foram participar. Todos sujaram as mãos de terra sem frescura, e no fim faltou espaço e sobrou vontade de plantar mais.

Eu estava preparada para momentos de bagunça, eventuais chamadas de atenção e puxões de orelha, porque sempre tem uns mais atentados, mas hoje esses ficaram em casa. Na hora das primeiras explicações e demonstrações de como se faz, só vi olhinhos atentos e preocupados em não errar. Os mais curiosos e extrovertidos perguntaram muitos por que isso e por que aquilo, e foi ótimo porque acabei entrando em assuntos que eu não imaginava que explicaria.

Falei de minhocas, "transpiração" das árvores, cidadania e até sobre foto e geotropismo, para responder a pergunta de um pequeno que queria saber por que as plantas crescem para cima mesmo quando a gente as deixa de lado.

Crianças e políticos gostaram de aprender que plantas se movimentam respondendo a estímulos externos, e a esses movimentos se dá o nome tropismo - da palavra grega trope, que signigica volta ou giro. Geotropismo e fototropismo são os movimentos mais comuns, feitos por praticamente todas as espécies vegetais, e estão relacionados à terra e à luz, respectivamente.

Quando um lado da planta recebe mais luz do que o outro, hormônios chamados auxinas fazem o lado do caule que pega menos luz crescer mais que o outro lado, dai a planta vira para a direção da luminosidade. Isso se chama fototropismo positivo.

Geotropismo é o movimento estimulado pela força da gravidade. Quando uma planta é colocada na horizontal, os hormônios auxinas vão para a parte do caule que está voltada para o solo, fazendo com que ela cresca mais que a outra parte, assim o caule se curva para cima e a planta passa a crescer na vertical. Esse é o geotropismo negativo, já que vai contra a gravidade.

As raízes têm movimento geotrópico positivo, uma vez que crescem para baixo, em direção à força da gravidade. As auxinas fazem a parte superior das raízes cresceram mais que a inferior, então elas crescem sempre voltadas para o centro da terra.

Era só pra mostrar como se planta, mas de tão curiosos que eram, os alunos acabaram me estimulando a explicar mais, e minhas explicações os estimularam a perguntar mais, e assim ficamos todos bem estimuladinhos. Acho que por isso foi tão gostoso! Deixo umas fotos, pra você curtir também.





O trabalho em dupla sempre funciona melhor,
porque um lembra o outro do que a "tia" explicou.
Todas as mudas foram tutoradas direitinho pelas crianças,
com barbante de algodão em forma de oito.
Seu Pedro Weel, vereador, não resistiu e plantou também
Depois de duas horas de trabalho deixamos pronta uma florestinha,
que em cinco anos estará como a do outro lado da rua

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carnaval em Holambra


Esse foi só meu segundo ano, mas já sou fã do desfile de Carnaval de Holambra, cidade que tem raízes holandesas mas que desfila mesmo é com espírito de povo brasileiro. Dizem que no ano passado foi melhor, mais animado, mais cheio, mais divertido, mas neste ano notei de novo o que já tinha me chamado a atenção em 2012: aqui quem desfila faz com empenho seu dever de casa. Sejam grandes ou pequenos, os grupos se organizam com meses de antecedência para decidir o que vão desfilar e começar a produzir as fantasias, enfeites e até, em alguns casos, os carros alegóricos. E que produção!

Esse ano, além dos tradicionais blocos dos homens que adoram se divertir vestidos de mulher,


teve a turma da hidroginástica desfilando de uniforme, 


um bloco de lindos palhaços supercoloridos e animados, 




e críticas, muitas críticas à antiga administração:

Carro alegórico "Lugar de palhaço é no circo"
Caricatura da ex-prefeita
Carro alegórico "Vaza Vacareti" desfilando uma vaca e o antigo "primeiro casal" do município
Carro alegórico "Antes e Depois", mostrando de um lado o astral da administração anterior...
...e do outro uma boa dose de esperança na administração atual.

Nas calçadas da rua Maurício de Nassau, gente de todo tipo se diverte...


...assistindo gente de todo tipo sem vergonha de se divertir. É o novo prefeito que desfila de policial, levando algemado alguém da administração anterior,


é a ex-gerente do banco, hoje vereadora, que desfila de flor junto com a molecada,


e os empresários do comércio local, aqueles de quem a gente compra todo dia, numa boa, dando risada na ala dos veteranos, todos vestidos de baiana. Homens acham sempre muita graça em se vestir de mulher. Vai entender!


E para arrematar o desfile com simpatia, voluntários e produtores da região agradecem a presença de todos distribuindo suco, pipoca e flores.



No ano passado fui surpreendida, nesse já sabia o que esperar e no ano que vem aposto que vai ser bom de novo. De sábado a segunda curto um Carnaval não convencional, mas na terça faço questão de assistir o desfile da cidade que orgulhosamente já ando chamando de minha.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Feira de orgânicos no Ibirapuera


Agora é para valer. Começa amanhã a feira de produtos orgânicos e agricultura limpa do Ibirapuera. Mais um point de gente que valoriza a compra e a venda de comida limpa, produzida sob preocupações com saúde e meio ambiente. Tudo o que você já ouviu falar sobre alimentos orgânicos, agricultura familiar, comida local e comércio justo estárá lá, para quem quiser por a teoria em prática dentro de casa.

Vá ao menos visitar, prestigiar, bater um papo, tomar um café da manhã gostoso na feira e se deixar contagiar. E aproveite por mim, que morava ao lado do Modelódromo do Ibirapuera quando a feira infelizmente ainda não existia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O caso estranho de Percy Schmeiser

Feijões espírito-santo orgânicos que ganhei da Neide, que por sua vez ganhou da Laura, do Sítio Gralha Azul





Ainda na onda do Slow Food e no tema "somos responsáveis pelo que acontece à nossa volta", transcrevo abaixo um trecho do livro O mundo é o que você come, da americana Barbara Kingsolver. É a inacreditável história do que pode acontecer quando falta bom senso e preocupação com o interesse coletivo na cabeça do ser humano, e de como pessoas (e nações) conscienciosas podem reverter absurdos trabalhando unidas.

O caso estranho de Percy Schmeiser

Em 1999, um pacato fazendeiro de meia-idade, de Bruno, Saskatchewan, foi processado pelo maior produtor de sementes biotecnológicas do mundo. A Monsanto Inc. alegou que Percy Schmeiser causara-lhe danos no valor de 145 mil dólares, por ter genes patenteados por ela em algumas das plantas de canola em seus quinhentos hectares. Não se alegava que Percy havia efetivamente plantado as sementes, ou mesmo que ele as tivesse obtido ilegalmente. O argumento da Monsanto era simplesmente que as plantas na terra de Percy continham genes pertencentes a ela. O gene, patenteado no Canadá no começo da década de 1990, dá às plantas de canola geneticamente modificadas (GM) a força para resistir à pulverização com herbicidas glyphosate, tais como o Roundup, comercializados pela Monsanto.

A canola, uma variedade cultivada da semente de colza, é uma das três mil espécies da família das mostardas. O pólen da mostarda é transferido por insetos, ou pelo vento, por uma distância inferior a um quilômetro. Será que o gene patenteado viaja junto com o pólen? Sim. Será que as sementes são viáveis? Sim, e têm uma vida útil de até dez anos. Se sementes de anos anteriores permanecerem no solo, é ilegal colhê-las. Ademais, se qualquer uma das sementes em um campo contiver genes patenteados, é ilegal guardá-las para o uso. Percy guarda sementes de canola há cinquenta anos. A Monsanto abriu um processo para proteger sua propriedade intelectual que foi levada até as plantas dele. As leis protegem a posse do próprio gene, não obstante o modo de condução. Por causa do fluxo de pólen e da contaminação das sementes, os genes da Monsanto estão fortemente presentes na canola canadense.

Percy perdeu a disputa na justiça: foi declarado culpado pelo Tribunal Federal do Canadá, sendo a decisão mantida por uma margem estreita no tribunal de recursos. O Supremo Tribunal do Canadá manteve a decisão por maioria apertada (cinco a quatro), mas sem compensação para a Monsanto. Essa caso assombroso atraiu a atenção para os problemas associados à disseminação dos cultivos GM. Fazendeiros orgânicos de canola em Saskatchewan estão em litígio contra a Monsanto e a outra companhia, a Aventis, por impossibilitarem o cultivo de canola orgânica pelos agricultores canadenses. A Associação Nacional dos Agricultores do Canadá solicitou o embargo temporário de todos os alimentos GM. A questão ultrapassou as fronteiras do país. Quinze países proibiram a importação de canola GM e a Austrália baniu toda a canola canadense devido à contaminação inevitável, tornada óbvia pelo caso judicial da Monsanto. Os fazendeiros estão preocupados por correrem o risco de serem responsabilizados, assim como os consumidores, com relação à escolha. Vinte e quatro estados americanos propuseram ou aprovaram leis diversas para bloquear ou limitar produtos GM específicos, atribuir responsabilidade pelo fluxo aéreo de GM aos produtores de sementes, defender o direito dos fazendeiros de guardar sementes e exigir que os rótulos de sementes e produtos alimentícios indiquem ingredientes GM (ou então a sua ausência, com os rótulos "não contém GM").

O governo dos Estados Unidos (sempre tratando com carinho os interesses empresariais) tomou providências para driblar essas medidas pró-consumidor. Em 2006, o Congresso aprovou a Lei da Uniformidade Nacional de Alimentos, que derrubaria mais de duzentas leis estaduais de rotulagem e de segurança dos alimentos que diferem das federais. Dessa forma, prevaleceria a proteção mais débil ao consumidor (embora sejam uniformemente débeis). Aqui está uma dica sobre quem apoiou e de fato se beneficia dessa lei: o Instituto Americano de Comida Congelada, ConAgra, Cargill, Dean Foods, Hormel e a Associação Nacional de Criadores de Gado. Ela foi contestada pela Associação dos Consumidores, Sierra Club, Associação de Cientistas Preocupados, Centro de Segurança dos Alimentos e por 39 procuradores-gerais estaduais. Manter as patas "intelectuais" da GM longe de nossos corpos e de nossa terra é responsabilidade dos consumidores que exigem informações completas sobre o que contém nossa comida.

Para obter outras informações, visite www.biotech-info.net ou www.organicconsumers.org

Por Steven L. Hopp

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Fast food para chegar a tempo ao Slow Food


Como acontece sempre, ontem planejei mais coisas em São Paulo do que as distâncias e o trânsito me permitiram realizar. O seminário sobre Slow Food já tinha começado há quinze minutos e eu ainda descia, de barriga vazia, a Brigadeiro Luiz Antonio. O jeito foi entrar em uma das muitas lanchonetezinhas no caminho e pedir alguma coisa rápida, que desse para ir comendo enquanto andava, para não perder muito do evento.

Cheguei quase uma hora atrasada, e já na porta do auditório ganhei um folheto que começava assim:  
O Slow Food foi fundado em 1989 em oposição aos efeitos do fast food e ao ritmo frenético da vida atual,...

De garrafinha plástica e salgadinho de queijo nas mãos, fazendo tudo errado em pleno encontro de especialistas, sentei para respirar, desacelerar o coração e entrar no clima do evento, lendo o resto do folheto:

...ao desaparecimento das tradições culinárias locais, ao interesse cada vez menor das pessoas pela comida, pela origem e pelo sabor dos alimentos e para esclarecer como nossas escolhas alimentares podem ter um impacto no mundo. ... O Slow Food considera a agricultura, a produção de alimentos e a gastronomia segundo um conceito de qualidade do alimento baseado em três pré-requisitos básicos e interconectados:
bom... uma dieta fresca e saborosa, capaz de satisfazer os sentidos e que seja parte da cultura local
limpo... produzido respeitando o meio ambiente e a saúde humana
justo... preços acessíveis para os consumidores e condições e pagamentos justos para os produtores familiares
Acreditamos que todos devam ter acesso ao alimento bom, limpo e justo.

Pois é, o movimento Slow Food é tudo de bom e foi gratificante ver quanta gente tem trabalhado duro em favor da boa alimentação.

Carmen Silvia Carmona de Azevedo, do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo, explicou as inúmeras atribuições da entidade que representa e quantos órgãos e empresas estão envolvidos na mesma discussão.

João Paulo Amaral, do IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor - falou sobre os truques e artimanhas que os fabricantes usam para "maquiar" de naturais alimentos quase totalmente artificiais, e sobre a falta de regulamentação no setor, que permite, por exemplo, que sucos de fruta em pó tenham rélis 1% da fruta em sua composição.

Roberto Graziano, Secretário do Abastecimento do Município de São Paulo e coordenador do projeto Feiras Orgânicas explicou a quantas anda a oferta de orgânicos na cidade e as tentativas de aumentar o número de feiras. A de agricultura familiar no Ibirapuera, por exemplo, terá cerca de 40 barracas e está prevista para começar no dia 10 de novembro na região entre o clube Círculo Militar e a Assembleia Legislativa.

Depois da primeira mesa de debates o microfone foi aberto à plateia e diversos representes de organizações puderam contar dificuldades e também bonitas realizações e experiências. E é unânime o chamado para que mais pessoas se envolvam com as mudanças das quais desejam usufruir. Já houve o dia em que não se falava em alimentos orgânicos; hoje já há esta bandeira levantada e só vem crescendo o número de produtores de alimentos sem agrotóxicos no país. Já houve o dia em que não se falava em Slow Food; hoje já existe esse movimento com mais de 100 mil associados em 150 países.

A gente sempre pode escolher entre não fazer nada e se envolver em movimentos que só fazem bem. Ficar em casa olhando tudo de longe é a melhor receita para permanecer sempre à parte, enquanto ir a um seminário, palestra ou encontro sobre qualquer coisa é a melhor maneira de se deixar contagiar e ver que pessoas unidas se fortalecem e fazem as coisas acontecerem.
Se você está naquele clima "gostaria de fazer alguma coisa mas não sei por onde começar"  visite os endereços abaixo, de alguns dos parceiros do Slow Food, e comece a conhecer um pouco mais do assunto. Quem sabe aí você encontra o que te mobiliza. Nunca é tarde, e quanto mais gente, melhor.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Maus alunos



A grande revelação do domingo foi a notícia de que os supostamente bem educados jovens brasileiros da classe média alta foram pegos no pulo. Ou melhor, no lixo.
O jornal Folha de São Paulo encomendou à Inova, empresa que faz a limpeza das ruas da zona noroeste da cidade, um levantamento do lixo recolhido nos principais locais de balada dos bairros Pinheiros e Vila Madalena.

O resultado é de cair o queixo: em alguns endereços o total de sacos de lixo do final de semana corresponde a até 75% do coletado durante os dias úteis. Na rua Wisard, por exemplo, no período de 22 a 28 de setembro último, 171 sacos foram enchidos com o lixo de segunda a sexta-feira, enquanto 128 sacos foram necessários para recolher o lixo gerado apenas no sábado e no domingo.

Anrafael Vargas, diretor da Inova, diz que a maior parte do material é copo descartável, bituca e maço de cigarro, guardanapo de papel e garafa long neck. "Tem pouco alumínio porque os catadores recolhem as latinhas", diz ele. Alguns bares têm lixeiras do lado de fora e varrem diversas vezes por noite, mas ainda assim a empresa de limpeza pública tem muito o que recolher quando amanhece o dia.

Quem sai do bar para fumar está mais do que acostumado a jogar bituca de cigarro no chão. Eu sei como é, também já fumei e já fiz assim. Bituca se arremessa longe, num peteleco caprichado que todo fumante sabe dar. Ou então é esmagada pela ponta do pé fazendo voltinhas, para ter certeza de que ficou bem apagada. Afinal, acessa é perigosa, mas apagada no chão tudo bem.
Já os que bebem em pé na calçada colocam cuidadosamente seus copos e garrafas vazios nos cantinhos das paredes ou na guia, já que seria feio arremessá-los por aí. Vidro quebra, machuca os outros, não é legal. Mas colocadinho no chão com cuidado, que mal tem?

No dia seguinte, sobra no chão a vida real. Um rastro de falta de educação que o charme e o papo animado da noite anterior não conseguem negar. Os que jogaram tudo aquilo na rua não puderam interromper por um instante a piada para caminhar até a lixeira. Ou, em casos de ainda mais conseciência e empenho, para questionar ao garçom "O bar não tem uma lata de lixo do lado de fora? Onde eu posso jogar isso?"

É chato começar a semana assim, com a triste constatação de que nem aqueles que têm livre acesso à "boa educação" estão fazendo o seu dever de casa.

Para ler a reportagem completa da Folha de São Paulo, clique aqui. E para ver mais números, confira a seguir a tabela produzida pela Folhapress.



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quem se importa - o filme


Quem se importa tem tudo a ver com fazer o seu dever de casa.

Quem se importa é mais que um filme, é um movimento. Foi filmado em 7 países (Brasil, Peru, EUA, Canadá, Tanzânia, Suiça e Alemanha) e conta histórias de pessoas comuns que se tornaram empreendedores sociais, provando que qualquer um de nós pode mudar o mundo. A direção é de Mara Mourão e a narração, de Rodrigo Santoro.

O filme já esteve em cartaz no primeiro semestre de 2012 e infelizmente não entrou em grande circuito, mas nas semanas em que ficou em exibição em alguns cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras cidades, lotou as salas e gerou grandes grupos de discussão.
A gente sai do cinema querendo ver mais uma, duas vezes, e convencido de que a mudança, em grande ou pequena escala, está mesmo nas mãos de cada um de nós.

Se você mora em São Paulo e tem a noite de amanhã livre, deixe-se contagiar por essa onda. O filme será exibido no Cineclube Socioambiental Crisantempo às 20 horas e tem entrada livre e solidária. Leve 1 kg de alimento e colabore com as instituições parceiras do cineclube.
Esta exibição acontece junto ao lançamento do dvd, que estará disponível para compra a partir de amanhã no site do filme.

Para saber mais, acesse www.quemseimporta.com.br

Quem se importa - quinta-feira, 11 de outubro às 20 horas
Cineclube Socioambiental Crisantempo
Rua Fidalga 521 - Vila Madalena - São Paulo
Tel. (11) 3814-2850
http://www.cineclubesocioambiental.org.br

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Grupos, movimentos e a Horta das Corujas

Foto emprestada do blog da Horta das Corujas

Numa entrevista de 2008 ao Cambridge Programme for Sustainability Leadership, Manfred Max-Neef, autor do livro Human Scale Development (Desenvolvimento na Escala Humana - sem tradução para português), diz que "a consciência se desenvolve na escala humana. Não é algo macro. E, se você vê os movimentos, o que acontece? Cada vez mais um grupo aqui, outro grupo acolá, e um movimento aqui, um movimento social acolá estão começando a desencadear a revolução".

Ao ler este trecho da entrevista, me lembrei imediatamente da Claudia Visoni e dos Hortelões Urbanos, um grupo de jardineiros "amadores" no Facebook que troca ideias e informações a respeito do cultivo de alimentos nas cidades. A Claudia é jornalista e faz parte do grupo de idealizadores da Horta das Corujas, uma horta comunitária recém implantada numa praça da Vila Madalena, bairro de São Paulo. Ela e alguns Hortelões mexeram seus pauzinhos, pás e enxadas e fizeram virar realidade uma ideia comum a todos aqueles que espremem vasos e potinhos com hortaliças nos pequenos quintais das cidades grandes.

Depois de meses de planejamento, germinação de sementes e muita mão na terra, a Horta das Corujas foi inaugurada no último sábado com show de música, lanche comunitário e a presença de mais de 100 pessoas. Para que tudo aquilo se tornasse possível, muita mobilização, bom senso e boa vontade foram necessários: entre outras ações, a Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade doou 80 postes de 1,50 metro de altura que seriam descartados (!), os simpatizantes da horta fizeram vaquinha para a compra de tela e arame e a prefeitura doou a mão de obra para a construção da cerca.

Para a manutenção da horta, os voluntários se dividem em uma escala e cada um é responsável por regar os canteiros em um dia da semana. E como de coisa bonita todo mundo quer participar, as escolas da região já começaram a adotar espaços e planejar aulas e projetos com os pequenos, para estimular o contato das crianças com hortaliças e incluir o tema produção de alimentos nos assuntos do dia a dia.

Daqui para frente a ideia é contagiar os que visitam o local e mostrar que quem realmente quer e se mobiliza consegue realizar um projeto como esse. Para isso, a Horta das Corujas está sempre com os portões destrancados, apostando na consciência do cidadão paulistano. Em entrevista dada ao jornal O Estado de São Paulo, Claudia diz "estamos confiando na capacidade das pessoas de respeitar um projeto assim em um espaço público.

E eu morro de vontade de entrar numa máquina do tempo para, num pulinho ao ano 2042, dar uma espiada na transformação que esse projeto terá causado na cabeça dos moradores da cidade. Certamente as crianças que plantaram na Horta das Corujas serão adultos como a Claudia e os Hortelões Urbanos, e como disse Manfred Max-Neef na entrevista, grupos aqui e movimentos acolá terão causado uma revolução.

Para conhecer mais sobre o projeto e sobre cursos e oficinas que serão ministrados pelos voluntários e colaboradores, visite o site da Horta.
E não deixe de ler o Simplesmente, blog da Claudia sobre ecologia e consumo consciente.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Para você, que um dia chupou fruta no pé


CamomilaRosaeAlecrim foi a primeira a comentar o post sobre as jaboticabas e contou que lembrou da infância, quando tinha um pé desses no quintal.

Isso acontece todas as vezes que escrevo ou converso com alguém sobre frutas. 
Uvaia, pitanga, goiaba, cambuci, jaboticaba e muitas outras frutas remetem as pessoas à infância, quando subiam em árvores e comiam frutas no pé, sem lavar mesmo, que criança nem lembra disso.
E é impossível não pensar naqueles que estão crescendo sem essas experiências tão gostosas que formaram os adultos de hoje (ou, em casos ainda mais extremos, os adultos de ontem, idosos de hoje).

Por isso não posso deixar de fazer um pedido - quase um apelo - àqueles que sabem o que é subir em árvore e valorizam cada fruta que chuparam no pé do quintal: façam sua parte, assim como nossos bisavós e tetravós fizeram. Plantem frutíferas por aí e deixem de presente às próximas gerações pés de frutas que fizeram parte da história de vocês. Chega dessa moda de plantar ficus, pinheiros e eucaliptos. Encham as casas, ruas e praças de frutas e levem seus filhos e netos para conhecê-las. Comam amoras direto do pé junto com eles e dêem risada de ficar com a boca e as mãos roxas. Colham uvaias e levem para casa para fazer suco. Catem pitangas do chão e semeiem em caixas de leite longavida, para depois plantar a muda perto de casa. E se acontecer uma picada de abelha, que ela também entre para a história!

Chega de tanto passeio no shopping. Cinema é cultura, batata frita é uma delícia e videogame diverte, sim, mas esses adultos por vir só terão essas lembranças de infância?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fazendo a minha parte


Prezados fabricantes de absorventes higiênicos,

Em meu último ciclo menstrual me propus a juntar todo o material de embalagem descartado para o uso dos absorventes higiênicos e fiz uma foto, que envio aos senhores junto com esta mensagem. Será que seis dias de menstruação precisam mesmo gerar o descarte de tanto papel e plástico?

Não faz muito tempo um ciclo menstrual não produzia tanto lixo. Eu me lembro de, ainda criança, ver os absorventes higiênicos de minha mãe embalados em caixa de papel ou saco plástico simples, e só. Vinham todos abertos, sem os saquinhos de embalagem individual e as fitas de hoje em dia.

O conforto dos absorventes higiênicos atuais nem sem compara ao uso das antigas toalhinhas íntimas, mas creio que as embalagens estão um pouco além da conta. Não se encontra mais no mercado um único tipo de absorvente que não esteja embalado individualmente. A mulher moderna tem sido levada a produzir um lixo com o qual não necessariamente concorda, por falta de opção no mercado. Entendo a questão da praticidade de levar na bolsa um absorvente embalado individualmente, mas todos precisam ser fabricados assim? E se, em cada pacote, contássemos com duas ou três unidades embaladas e as outras abertas? Ou então uma pequena bolsa ou envelope reutilizável onde se coloque os absorventes que serão levados para o trabalho, por exemplo?

A título de curiosidade, dispus em cima de uma superfície todo o material descartável que aparece na foto anexa e pude constatar que, um ao lado do outro, os plásticos e papéis cobrem uma área de exato meio metro quadrado. Considerando a média de 480 ciclos menstruais na vida de uma mulher, o material descartado por cada uma de nós durante nossos 37 anos de fase fértil é suficiente para cobrir 240 metros quadrados de uma área qualquer. Isso significa que 29 mulheres cobrem a grama de um campo de futebol com o descarte de suas embalagens de absorvente (sem contar os próprios absorventes, claro). E somos mais de 97 milhões de mulheres no país!

Entendo que se trata de material potencialmente reciclável, mas assim mesmo questiono a necessidade do uso de matéria prima e da mobilização de todo um processo industrial para produzir algo que pode (e deve) ser evitado.

Por isso pergunto: qual dos fabricantes será o primeiro a tomar a corajosa iniciativa de dar um passo a frente, voltando atrás na maneira de embalar absorventes higiênicos e, consequentemente, poupando o meio ambiente da extração de matéria prima e do descarte de materiais? Estou certa de que oferecer a opção de absorventes sem embalagem individual, informando a consumidora de que a iniciativa poupa os recursos naturais do planeta, demonstra clara preocupação com a sustentabilidade, o que acrescenta à imagem da empresa ainda mais credibilidade, além de ter imenso caráter educativo.

É tempo de fazermos nossa parte, empresas e consumidores, porque se não valorizarmos o ambiente, poderemos acabar trocando ganhos do capital financeiro por perdas do capital ambiental. Ambiente e economia não são diferentes. Tratá-los como se o fossem é a receita mais certa para o desenvolvimento insustentável.*

Atenciosamente,
Juliana Valentini
www.deverdecasa.com

*Blueprint for a Green Economy de David Pearce, Anil Markandya e  
  Edward B. Barbier. Earthscan Publications, 1989


Carta enviada à Johnson & Johnson, Kimberly-Clark e Procter & Gamble, os três principais fabricantes de absorventes higiênicos no Brasil.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mais um 22 de setembro - Dia Mundial Sem Carro


Neste ano o Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro) cai num sábado e, para estimular ainda mais a sua adesão, a prefeitura de São Paulo vai ativar os 72 km de ciclofaixas que normalmente só funcionam aos domingos e feriados. Claro que continuam valendo as outras opções de transporte, como ônibus e metrô, além de andar a pé, mas essa é uma ótima oportunidade para você participar e experimentar fazer seus percursos sobre duas rodas. As ciclofaixas são seguras e a cada dia contam com mais ciclistas; já são 100.000 pessoas usufruindo a cada final de semana.

Há os que gostam de reclamar e dizem que ela atrapalha o trânsito da cidade, mas é inegável que, pelo menos aos domingos e feriados, não se pode mais imaginar a cidade sem essa opção de transporte e lazer. E melhor ainda será quando pudermos dizer que milhares dos que andavam de bicicleta só como curtição agora fazem dela seu meio de transporte oficial. Para que isso um dia se torne realidade, é preciso que aos poucos todos tomem coragem de fazer a sua parte. A prefeitura vai mexendo seus pauzinhos, os motoristas vão se acostumando a ceder espaço e os paulistanos que querem aderir mas ainda sentem medo vão percebendo que as condições são melhores a cada dia.

O jornal Estado de São Paulo desta quarta-feira 19 de setembro traz uma reportagem interessante sobre pessoas que vêm trocando o segundo carro pela bicicleta elétrica, e mostra que esse tipo de bike resolve o problema de quem tem vontade de ir ao trabalho pedalando mas não quer chegar lá todo suado. Elas têm autonomia de até 40 km por carga de bateria, são silenciosas e não poluentes. Se carregadas diariamente (em tomadas comuns mesmo), geram um custo mensal de R$ 30 a R$ 40 de energia elétrica, o que nem se compara a gastos com combustível e estacionamento de quem roda os mesmos 40 km diários em um automóvel. O único investimento mais pesado é o preço, que pode variar de R$ 2 mil a R$ 12 mil. Um dos fatores que fazem com que elas sejam tão caras é o IPI de cerca de 35% (que nas bikes comuns é de 12%) e aí o governo federal também poderia mostrar que está disposto a fazer a sua parte.

Mas seja de bike, de metrô, de ônibus ou a pé, não perca mais uma oportunidade de aderir a uma mobilização internacional que só cresce e que também precisa da sua participação. Tome coragem e planeje um dia diferente. Estude as melhores rotas, recalcule os tempos de percurso e abra sua cabeça para conhecer uma nova maneira de se locomover. Não se esqueça que experimentar é fundamental, e só quem conhece as opções pode criticar com razão e cobrar as mudanças necessárias para fazer da sua cidade um lugar melhor. Para si próprio.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sambando de tamanco holandês na Expoflora 2012


"É som bonito, organizado, Holambra toca, ninguém fica parado"

É assim que a fanfarra Amigos de Holambra abre uma de suas apresentações na Expoflora 2012. Algumas vozes chamam de lá, outras respondem de cá, soam os bombos, as caixas, os surdos, e logo uma espécie de "Olodum holandês" envolve e contagia a platéia. Daí em diante, é só alegria.

Cinquenta e cinco jovens da região se apresentam vestidos em trajes típicos holandeses e tocam um som que bate forte no peito e emociona a gente. Os ritmos, compostos pelos próprios participantes, contagiam até mesmo o público mais tímido, e é só olhar em volta para perceber que não há pé que não acompanhe a batida, marcando no chão o compasso da música.

A fanfarra, coordenada pelo casal Catharine e Mário Sitta, existe há 11 anos e nos últimos 3 atua como banda independente. Quase 400 jovens já passaram pelas diversas formações do grupo, que atualmente tem integrantes a partir de 6 anos de idade. A maior parte deles nasceu na região de Holambra, cidade fundada por imigrantes holandeses e que até hoje respira muito da cultura da Holanda, por isso todos tocam vestidos com os trajes típicos desse país, como uma forma de reverenciar sua cultura. Têm orgulho de dizer que são uma grande família e fazem questão de homenagear, com o nome Amigos de Holambra, os colaboradores anônimos que os ajudam a se manter.

Nos ensaios semanais os jovens aprendem sobre disciplina e responsabilidade, enquanto se envolvem com música, parceria, amizade e sentimento de união. E na Expoflora e festivais onde se apresentam, em diversos estados do país, mostram que estão escrevendo seu nome na história e na cultura nacional, afinal, uma fanfarra de jovens brasileiros sambando em tamancos holandeses não é sempre que se vê por ai.

Assista aos vídeos mas, se puder, venha vê-los pessoalmente, porque ao vivo é sempre mais emocionante.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Seminário sobre compostagem na cidade de São Paulo


A cidade de São Paulo está arregaçando as mangas e realiza, nesta sexta-feira 10 de agosto, um seminário sobre compostagem de resíduos orgânicos. Ótima notícia, porque está passando da hora de tratar com mais consciência a questão do lixo. Mas não basta que só a administração municipal mexa seus pauzinhos, é preciso que toda a população se engaje na causa e participe de verdade, com conhecimento e plena responsabilidade.

Você pode começar a fazer sua parte indo ao seminário. É uma pena que seja num dia de semana, mas se puder comparecer, aproveite; a oportunidade é das melhores para assistir profissionais de órgãos públicos e gente que agita o terceiro setor trocando experiências e analisando a melhor maneira de colocar a mão na massa. Afinal, em algum momento a coisa tem que começar, e tomara que seja já!
O evento é gratuito mas é necessário inscrever-se. Clique aqui e preencha a ficha para formalizar sua presença.