segunda-feira, 15 de abril de 2013

Presentes criativos e carinho à moda antiga


Sempre fui dos presentinhos personalizados, e mais ainda agora, vivendo em sítio, curtindo coisas plantadas, colhidas, feitas... Para a maioria dos amigos e parentes não sei mais sair para escolher um presente. Tudo me parece muito genérico, pasteurizado e repetido, e sempre acabo achando que algo que eu faça com carinho vai ser muito mais bem recebido do que algo de loja. Ou estou perdendo a prática de fazer compras ou estou ficando especialista em inventar presentes feitos por mim. Ou os dois, e que bom!

Hoje de manhã sentei para escrever uma carta à mão, afinal, se um pacotinho vai pelo correio cruzando oceanos para levar um presente, tem que levar junto uma carta à moda antiga, muito mais gostosa de receber do que um e-mail. E que coisa diferente, escrever uma carta no papel. Chega uma hora em que a letra começa a ficar troncha, denunciando que a mão não tem mais costume de escrever algo tão longo. Descobri que perdi a prática e a musculatura adquiridas nas aulas de biologia da professora Ester, quando fazia cadernos gordos, lindos, todos coloridos, anotando sobre células, mitocôndrias, fagocitose...

Das pulseirinhas de linha que tecia na adolescência ainda tenho prática, e fiquei feliz de ter tido a ideia de dá-las de presente acompanhando uma camiseta confortável. Eram o tipo de presentinho que todas as meninas gostavam de ganhar, e ainda hoje as mesmas meninas, já crescidas, curtem um enfeitinho feito à mão, desses de feirinha de praça. Pois foram num pacotinho as pulseiras, a camiseta e uma carta, e a essa hora já começaram a viagem internacional.

***

E no sábado acho que acertei mais um presente diferente, desta vez infantil. Porque se tem uma coisa que anda difícil é escolher presente pra criança. Tudo é eletrônico e funciona sozinho. Você dá o brinquedo, os pais colocam as pilhas e o pequeno fica olhando a coisa brincar. Carrinhos andam por conta própria, bonecos falam e instrumentos tocam ao simples apertar de um botão (quando não é por comando de voz).

Mas a tia aqui se rebelou a vai remar contra a correnteza! Nico fez dois anos e ganhou de mim um regador e um tomateiro. E não foi uma escolha aleatória, não, foram presentes escolhidos a dedo. O regador porque a figura adora água e descobri que também gosta de regar a grama. Foi o que fizemos juntos aqui em casa no final de semana passado. "Tia Jumbis, mais", ele dizia pra mim. E mais, mais, mais, até a barra da calça ficar ensopada, daí paramos pra não levarmos bronca dos pais. O tomateiro foi escolhido por ser hortaliça que produz fácil em vaso, e até dá pra comprar já com frutos (eu não tive a ideia a tempo de plantar um, então comprei). Como Nico é um menino dos espertos (filho de mãe consciente), já conhece e come numa boa cebola, ervilha, brócolis, tomate... Aponta o dedinho, fala o nome e pede mais.

Está ou não está na hora de aprender a cuidar da comida que gosta de comer? Mal é que não vai fazer!


PS: acabei não produzindo um super embrulho mas inventei um jeito curioso de juntar o kit regador + tomateiro. Foi só espetar um arame grosso na terra do vaso e enfiá-lo pelo bico do regador pra conseguir o efeito de uma mão invisível regando a planta. Ele olhou aquele regador levitando, foi logo passando a mão e rumando em direção à torneira, de sorriso no rosto. Já é dos meus.


5 comentários:

  1. Parabéns, por resgatar valores que nos fizeram tão bem, num passado (não tão distante assim), e por passá-los para os seus queridos, numa prova real de muito carinho e amor. Educar é amar!

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  2. Que história mais lindinha, adorei...é bom saber que pessoas jovens estão antenados que as coisas simples são as mais bacana...Parabéns...beijos
    Tania

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  3. Érima, Maci e Tania,
    obrigada pela visita e pelo carinho. E tem coisa mais gostosa do que produzir coisinhas e presentear gente de quem gostamos? Eu sou totalmente das artes do fazer. Pelo jeito vocês também!
    Um beijo e voltem sempre,
    Juliana.

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  4. Adoro o seu blog, está guardado nos meus favoritos para voltar sempre! Adorei a ideia, eu que, este ano, plantei violetas para oferecer no Natal! Beijos, de Portugal!

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