segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Horta em vasos - dia 1

Já sei, você viu os posts da horta na jardineira dia 1 e dia 7, ficou morrendo de vontade plantar sua saladinha, só que suas janelas não tem jardineira!
Mas e um cantinho para alguns vasos, dá pra arrumar?
Continua valendo a necessidade de um local iluminado por pelo menos três horas de sol diariamente. Tendo isso, você só precisa de vasos de mais ou menos 20 cm de profundidade (podem ser de plástico ou cerâmica), pedrinhas ou argila expandida, manta de drenagem ou areia, uma boa terra adubada e mudas das suas hortaliças preferidas. E mãos à obra.
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Primeiro passo:
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Cubra o fundo dos vasos com pedrinhas ou argila expandida. Elas servirão para garantir uma boa drenagem da água das regas, impedindo que a terra fique encharcada.

Depois:

É a vez da manta de drenagem ou da areia, como você preferir. Essa camada serve para impedir que a terra saia pelo fundo do vaso junto com a água.

Daí:

Se sua muda estiver num saquinho, corte-o com cuidado para não desmanchar o torrão nem machucar as raízes. Quanto mais cuidado você tiver nesta etapa, mais facilmente a muda se adaptará ao vaso.

Então vem o plantio propriamente dito:

Encha parte do vaso com a terra deixando faltar o equivalente à altura do torrão. Coloque-o sobre a terra e tenha certeza de que o colo da planta (a parte onde o caule começa a sair da terra) está pouca coisa abaixo da borda do vaso.

Preencha com terra o espaço restante e dê uma leve apertada na superfície ao redor da muda, para que tudo fique firme. Não aperte demais para não esmagar as raízes.
Depois disso regue o vaso e coloque-o no local definitivo.
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A quantidade de água daí em diante dependerá da temperatura ambiente e do quanto de sol incidir na planta, além do tamanho dela em relação ao vaso. Começe regando dia sim dia não e observe. Se as folhas estiverem murchando ao final do segundo dia, talvez seja melhor regar um pouquinho todos os dias.
Outro detalhe é que vasos de plástico costumam manter mais a umidade da terra do que os de cerâmica, pois são impermeáveis.
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Seguindo esses passos você conseguirá uma boa produção de diversos tipos de hortaliças em vasos relativamente pequenos. A maioria das folhas (alfaces de diversos tipos, rúcula, agrião, chicória, almeirão) se dá bem em vasos de um palmo de profundidade.
Plantas maiores, como couve e alho poró, pedem vasos mais profundos. Serve como referência escolher um vaso com a profundidade semelhante à altura da planta em idade adulta.

No sentido horário, começando em cima à esquerda: dois pés de rúcula no mesmo vaso, alface crespa, alface romana e alface roxa.
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Agora chega de estudar e vá já colocar a mão na terra.
Não tenha medo de experimentar. Com a prática, logo logo você vai começar a chegar às suas próprias conclusões.
Boa sorte!
PS: San, esse post é pra você. Quem sabe vendo a salada nascer em casa o Dudu não se anima a comê-la? Obrigada pelas visitas e pelos puxões de orelha sempre tão carinhosos!

sábado, 27 de novembro de 2010

Fiéis testemunhas no caso do saquinho de jornal

Hoje é sábado, 27 de novembro de 2010, e se você fizer uma pesquisa no Google, encontrará cerca de 45.900 resultados para "saquinho de jornal".
É isso mesmo, são mais de 45 mil citações ao saquinho de jornal inventado por esta que vos escreve.
Ótimo saber que a ideia foi tão bem aceita, mas péssimo constatar que a maioria dos blogs não sabe de onde vem as fotos nem o texto que está usando para divulgar o saquinho, e consequentemente não cita créditos.

Resumindo, a ópera é a seguinte:
Em dezembro de 2009, juntando a preocupação ecológica com a curtição do origami que me acompanha desde criança fiz, com duas folhas de jornal, uma dobradura originalmente criada para ser um copinho. A intenção era experimentar um "copão" dentro das lixeiras da pia e do banheiro, já que eu não pegava mais sacolinhas plásticas no supermercado. Depois de alguns testes cheguei à conclusão de que funcionava perfeitamente.
Fotografei o passo a passo e postei no então recém criado De Verde Casa, para divulgar a invenção.
Era dia 6 de dezembro de 2009. Você pode conferir o post aqui.

Mas aí aconteceu o que eu nunca imaginei que seria possível: alguém copiou as fotos e o texto explicativo na íntegra, montou um e-mail e deu início a uma corrente que já circulou o país, mas SEM MENCIONAR FONTE NEM CRÉDITOS!
A ideia tem sido muitíssimo bem aceita. Já foi mostrada em alguns programas de televisão, o e-mail "anônimo" continua circulando por aí e milhares de sites atualmente ensinam o passo a passo do saquinho, mas na grande maioria das publicações ele é órfão, ou pior, filho de falsos pais.
Na maior parte das vezes a novidade não é creditada a ninguém, em outros casos variam os nomes de possíveis donos da ideia, mas infelizmente o De Verde Casa é o que menos recebe menções.
Só que, ironicamente, apesar dessa confusão em relação a créditos, as fotos do passo a passo e grande parte do texto explicativo são sempre os originais, feitos por mim aqui nesta verde casa.
Certamente os mais de 45 mil que divulgaram o saquinho de jornal sem créditos não o fizeram por má fé, mas sim por puro desconhecimento da origem, já que o e-mail criado circula sem nome de ninguém nem endereço de blog ou site. Mas infelizmente agora tenho ouvido coisas como "tem certeza que foi você mesmo que criou o saquinho?" ou "enquanto investigamos a autoria da novidade..."!

Então, para acabar com as dúvidas e ajudar nas investigações (!!!), apresento aqui as testemunhas das fotos originais feitas no ano passado, mas com o jornal de hoje, como costuma-se usar nos casos de sequestro para provar que a vítima está viva.
O chão ainda está aqui, assim como a lixeira original, e eu ainda sou a feliz mãe do saquinho de jornal.
Mas desta vez publico as fotos com marca d'água, só por garantia...


Eis o chão do quintal. Lindo tijolado em escama de peixe, onde são fotografadas muitas das experiências feitas por aqui

Simpática lixeirinha de plástico, a mesma do ano passado e dos próximos 400 anos, já que é esse o tempo de decomposição do material

O chão, a lixeira e o jornal (de hoje, porque o do ano passado não guardei. Ninguém avisou que ele seria arrolado como testemunha depois de tanto tempo!)

E o detalhe da data, para que não restem dúvidas
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Gostaria de deixar claro que esse post é uma brincadeira e que não tenho a intenção de ficar milionária nem famosa com o reconhecimento da invenção, mas que gostaria sim de ter como leitores do De Verde Casa todos que gostaram da ideia, por isso reivindico os créditos.
Afinal, é ou não é para os leitores que se escreve um blog?
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E mais um detalhe importante: até hoje todos os sites com os quais entrei em contato foram absolutamente simpáticos e atenciosos e imediatamente editaram suas postagens citando este blog. Agradeço a consideração dessas pessoas.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ver pra crer

Foto: Luiz Tito - Agência "A Tarde"

Só vendo uma fotografia pra acreditar no que está acontecendo no município baiano de Ibicaraí: uma estrada de lixo. A via, que dá acesso à BR-415, fica próxima a um lixão saturado há dois meses; a partir de então o lixo passou a ser despejado pelo caminho. Já são aproximadamente 500 metros de pista completamente coberta por dejetos coletado nas imediações.
A imagem deve, pelo menos, servir para gerar reflexão a respeito das principais questões ligadas a resíduos urbanos. Não há mais lugar para tanto lixo, mas o assunto ainda é tratado como se não fosse problema de cada um de nós todos os dias. Ao colocar o saco lotado na calçada para que seja levado pelo lixeiro, temos a sensação de que o problema não é mais nosso, que nos livramos do lixo que produzimos. Até o dia em que, num tipo de roteiro de filme de terror, o monstro fétido pega o caminho de volta e vem invadir a cidade. Prepare-se!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como fazer uma sementeira

Há dias postei sobre um exemplar de Cereja-do-Rio-Grande - Eugenia involucrata - que encontrei em São Paulo (leia aqui). Coletei frutos para produzir novas árvores a partir dessa, que é tão difícil de encontrar na cidade.
E então chegou a hora da sementeira. Aqui explico como fiz a minha, e você pode fazer igual para praticamente qualquer tipo de semente.
No caso da Cereja-do-Rio-Grande, basta separar a polpa das sementes e elas já estão prontas para germinar. Você só precisa de terra boa e uma caixa, de plástico ou madeira, que tenha furos no fundo para a drenagem da água.
Encha a caixa com terra e distribua as sementes de maneira que não fiquem muito juntas. Você pode usar como referência um espaçamento igual ao tamanho de quatro ou cinco delas.
Então cubra com uma camada de terra. Esse detalhe é importante, porque as sementes não devem ficar expostas nem enterradas demais, por isso outra boa referência é cobrir com uma camada de expessura igual ao tamanho da semente, assim, quando germinar, ela conseguirá atravessar a terra que está sobre ela. Já se o peso for demais... nada feito.
Depois disso basta colocar a sementeira em local sombreado e manter a terra úmida. Regar uma vez ao dia é o suficiente. E usar um borrifador é fundamental no caso de sementes muito pequenas, que são facilmente desenterradas pela água de um regador.
O tempo de germinação pode variar de quatro dias a vários meses, dependendo da planta, por isso é interessante se informar a respeito do que você está semeando, para não sofrer por antecipação achando que não vai dar certo e nem desistir antes da hora.
Eu, neste caso, vou passar cerca de 40 dias olhando pra terra antes de comemorar meus rebentos...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Semancol

Por que é que os fumantes, mesmo aqueles que valorizam atitudes cidadãs e o respeito à coletividade, jogam pontas de cigarro no chão como se isso fosse a coisa mais normal do mundo?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Falsa-vinha ou Hera-japonesa

Uma bonita opção para quem gosta de paredes verdes é a Falsa-vinha ou Hera-japonesa (Parthenocissus tricuspidata é o nome científico).
Diferente da unha-de-gato, que pede podas constantes porque aumenta de volume muito rapidamente, a Falsa-vinha pode ficar meses a fio sem manutenção.
Depois que cobre toda a parede e não tem mais onde se fixar, vai soltando longos ramos pendentes, formando uma bonita saia que balança com o vento.
Suas folhas, muito parecidas com as folhas da parreira, nascem em três tamanhos diferentes e dão um visual interessente à planta.
É uma trepadeira vigorosa, de crescimento muito rápido e que se fixa com facilidade em qualquer tipo de superfície. Em épocas de calor e chuva, é impressionante a velocidade com que cobre um muro ou parede.
No inverno, pouco antes de perder todas as folhas, a planta ganha tons avermelhados ou arroxeados, dependendo da intensidade do frio que chega. Depois perde todas as folhas e, no início da primavera, rapidamente brota verde outra vez.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Filhotas mimadas

No dia 14 de junho deste ano, depois de passar exatos 60 dias regando uma bandeja com terra sem saber se as sementes de cambuci iriam germinar, ganhei de presente essa figurinha:

O primeiro broto deu o ar da graça e já foi capaz de me fazer achar que os dois meses de expectativa sem dúvida tinham valido a pena. O cambucizeiro, árvore cientificamente batizada de Campomanesia phaea, corre risco de extinção. Em abril, quando ganhei alguns quilos da fruta para extrair as sementes (leia aqui), me propus o desafio de fazê-las germinar como forma de brigar contra a possibilidade de desaparecimento de mais uma espécie de fruta nativa brasileira. Essa árvore já foi muito comum na região da atual cidade de São Paulo; tanto que até batizou um bairro, onde hoje infelizmente é raro encontrá-la.
Sua madeira é resistente e de boa durabilidade em ambientes internos. Foi muito utilizada no madeiramento de construções e na fabricação de cabos de ferramentas e instrumentos agrícolas.
Quando adulta, a árvore mede de 3 a 5 metros de altura, tem o tronco descamante característico das espécies da família Myrtaceae e suas folhas, se maceradas, exalam o cheiro do cambuci.
Essa fruta, aliás, tem formato curioso: o jeito e o tamanho de uma empadinha, mas é convexa em cima e embaixo. Igualzinha a um disco voador. É verdade! Outra curiosidade é que, assim como um abacate, o cambuci é de cor verde mesmo quando está maduro. É comum encontrá-lo no interior dos estados de Minas Gerais e São Paulo dentro de garrafas de pinga. Dizem que o suco também é muito gostoso, melhor até do que a fruta consumida in natura. Eu ainda não tive oportunidade de provar, mas se depender dos meus esforços isso não deve demorar a acontecer.

Minhas arvoretas já tem cerca de 15 cm de altura. São as mais mimadas do meu micro viveiro doméstico, tem sombra especialmente criada para elas, já que são sensíveis ao sol forte, e estão protegidas por uma tela porque já foram atacadas por um sabiá gordo que deu cabo de algumas dezenas delas. Isso mesmo, o folgado comeu várias mudinhas de cambuci num ataque só. Foi enquadrado na categoria "criminoso ambiental"!
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Ainda não decidi para onde vão as crianças quando estiverem em idade para transplante, mas certamente serão plantas em lugares escolhidos a dedo. O mesmo dedo cuidadoso que conseguiu fazê-las germinar. Modéstia a parte!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Horta na jardineira - dia 7

Uma semana depois de plantadas, as hortaliças da jardineira crescem a olhos vistos! Tudo mudou um pouco, mas quatro espécies chamam a atenção: as salsinhas não tem mais aquele visual murcho do primeiro dia e já ganharam diversas folhinhas novas. As cebolinhas estão super tenras, novas folhas brotaram e já espicharam uns dois dedos.

Os rabanetes, os menores da turma, ganharam um par de folhas nesses 7 dias de casa nova e vão de vento em popa. Alías, provavelmente serão os primeiros a serem colhidos. Um rabanete fica pronto para consumo em um mês a partir da germinação.

E os pés de alface estão de dar orgulho. Já quase dobraram de altura!

Para ver a primeira etapa dessa horta na jardineira clique aqui.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Figurinha difícil

Já há tempos procurava por São Paulo um exemplar de Eugenia involucrata, conhecida popularmente como Cereja do Rio Grande. Neste sábado, sem querer, encontrei.
A árvore se parece um pouco com uma pitangueira, de quem aliás é parente, por isso fora da época de frutificação é fácil confundir uma com a outra.
Quando adulta, mede de 5 a 8 metros de altura, sua copa é arredondada e o tronco tem casca descamante, característica das espécies da família Myrtaceae, como pitangueiras, goiabeiras e jabuticabeiras.
Floresce nos meses de setembro, outubro e novembro e os frutos amadurecem de outubro até dezembro.

Esta espécie nativa já foi muito cultivada em pomares domésticos nas regiões sul e sudeste do país, mas hoje em dia já não é tão comum encontrá-la nas cidades. Seus frutos, muito saborosos, podem ser consumidos in natura ou em forma de doces, geléias e licores, e são também muito apreciados por pássaros, que ajudam a fazer a dispersão das sementes dando origem a novas árvores.

A que encontrei tem a copa bastante alta, por isso não consegui boas fotos de frutos inteiros nem pude colhê-los para comer; todos os que peguei já estavam no chão, estragados ou bicados por pássaros. Mas minha principal intenção era coletar sementes para multiplicar a espécie, e para isso os frutos estão perfeitos. Serão despolpados e suas sementes colocadas em pequenos vasos com terra boa, à sombra, com regas frequentes. Dentro de 40 dias devem começar a colocar a carinha de fora. Daí eu mostro.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aprenda a cultivar plantas em interiores

Mais um ótimo curso "verde" no Sesc Vila Mariana: Cultivando interiores.
A oficina tem como objetivo o ensino de conceitos e técnicas básicas de cultivo de hortaliças e plantas aromáticas em pequenos espaços da área urbana (como em interiores de apartamentos e casas) de acordo com os princípios educativos de sustentabilidade.
Com os biólogos Andréia Pimentel Gurgueira e Daniel Nunes.
O curso será ministrado em dois sábados (duas turmas diferentes), 20 ou 27 de novembro, das 14 às 18 horas na unidade Vila Mariana do Sesc.
Valores:
R$ 2,00 para trabalhadores do comércio de bens e serviços
R$ 4,00 para usuários do Sesc, maiores de 60 anos, estudantes e professores da rede pública
R$ 8,00 para quem infelizmente não se enquadra em nenhuma das categorias anteriores

Maiores informações pelo telefone (11) 5080-3000 ou pelo e-mail email@vilamariana.sescsp.org.br